A Escolha Perfeita

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Duca

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ATALIJA LIMA, ENVIADA ESPECIAL AO CINEMA 


Eu sei que muita gente morre de preguiça de musicais, principalmente gente que nunca viu um (ou que só viu Evita e ficou traumatizado pro resto da vida). É mesmo um gênero delicado, mas que aliado a outros, como a comédia, pode tornar-se não só digerível, mas delicioso.

A Escolha Perfeita (Pitch Perfect, 2012) é bem isso. Uma comédia musicada ou musical cômico, como queira. A influência de Missão: Madrinha de Casamento (Bridesmaids, 2011) fica clara não só pela presença da ótima Rebel Wilson, mas por apresentar um estilo de comédia escrachada que não tem medo de ousar, feita por e para mulheres (não que homens não vão se divertir, mas o público-alvo aqui está bem claro).

A história não traz nenhuma novidade: grupos universitários disputando um título nacional em competições a cappella (sem usar instrumentos musicais). Quem assiste Glee já está mais que acostumado com esse enredo. Aliás, quase todos os musicais são assim, né? A luta para vencer um campeonato ou conseguir estrelar um espetáculo, não muda muito. A graça fica por conta da tiração de sarro com o próprio tema. A “evolução” da personagem de Anna Kendrick, que pela primeira vez (e finalmente) aparece como protagonista, é bem o que o público pode vivenciar. No começo, o desdém. Em seguida, a entrega.

O elenco, aliás, é todo de primeira. Além de Anna e Rebel, o filme conta com Brittany Snow, Anna Camp, Elizabeth Banks (que também produziu o longa), John Michael Higgins e muitas caras novas, com destaque para Skylar Astin, par romântico de Kendrick, que é apenas a personificação do cara mais legal do mundo.

O roteiro dinâmico alterna momentos hilários com ótimos (de verdade!) números musicais. É o tipo de filme que poderia durar 5 horas e você não se cansaria. E para o público de vinte e tantos/trinta e poucos, um presente: as referências a Clube dos Cinco (Breakfast Club, 1985) não são poucas. Aliás, assim como no excelente —não, a palavra que eu quero usar aqui é extraordinário— A Mentira (Easy A, 2010), há um resgate daquele sentimento de juventude sem limites que marcou os filmes do saudoso John Hughes. É mais uma justa homenagem ao homem transformou tardes na frente da TV em algumas das melhores memórias da nossa infância e adolescência.

Sem os momentos cômicos, teríamos um musical esquecível e repetitivo, da mesma forma que, sem a música, a comédia talvez perdesse todo o sabor. É a combinação dos dois que faz de A Escolha Perfeita um filme indispensável para quem quer sair do cinema sorrindo e cantarolando.

A Escolha Perfeita / Pitch Perfect 


CLASSIFICAÇÃO: DUCA


Ficha técnica:
Ano: 2012
Direção: Jason Moore
Elenco: Elizabeth Banks, Anna Kendrick e Rebel Wilson
Gênero: Comédia Musicada
Roteiro: Kay Cannon
Duração: 118 min.