A Memória que Me Contam

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A Memória que Me Contam é um bom filme. Nascido da cabeça da cineasta Lúcia Murat, trata-se de uma homenagem a sua amiga Vera Sílvia Magalhães. Aí está o ponto mais forte, mas também seu ponto fraco.
A diretora traz a público uma história particular, envolvendo seu passado contra a ditadura, em meio a um grupo de amigos que, acompanhados de seus filhos, enfrentam a possível morte de Vera, a pessoa que unia o grupo. Passado e presente geram discussões.
Algumas passagens são ótimas, como o debate sobre as mortes causadas pelos guerrilheiros. Elas não dão culpa a quem matou por um ideal, mesmo que seja justo? A abertura dos arquivos da Ditadura também gera boa reflexão.
Mas o filme não empolga exatamente por não avançar. Fica a sensação de que há passagens que faltam, provavelmente por estarem na cabeça da diretora. As boas cenas se perdem no todo. É tudo muito íntimo, e o filme fica sem um objetivo a não ser a homenagem à amiga.
A personagem principal – Vera – só aparece via pensamentos dos amigos, e sempre jovem. Mais uma boa sacada. Destaque ainda para a participação do italiano Franco Nero, o Django (também em Django Livre, de Quentin Tarantino), como o marido de Irene, interpretada por Irene Ravache. Aliás, essa Irene é a mesma de Que Bom Te Ver Viva, que Lúcia Murat comandou com a mesma Irene Ravache em 1989.
Fica novamente uma dúvida. Por que filme brasileiro tem de usar palavrões sem a menor necessidade? E o casal gay, inclusive em uma cena de sexo, nada acrescenta à trama. Puritanismo meu?
A Memória que Me Contam
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2013
Elenco: Simone Spaladore, Irene Ravache, Franco Nero, Otávio Augusto, Zecarlos Machado, Clarisse Abujamra, Miguel Thiré e Pablo Uranga
Direção: Lucia Murat
Roteiro: Lucia Murat
Duração: 95 min.