Bacurau
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Bacurau foi aclamado por uns, odiado por outros. Para mim, os filmes de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles são sempre medianos. Este é mais um exemplo. Aliás, injustiça. Este é o melhor entre o trio com O Som ao Redor e Aquarius.
Bacurau explora o suspense com uma história no sertão nordestino. Em “um futuro não tão longe”, como indica o início do longa, a comunidade da pequena vila prefere ter uma vida isolada. Até quando o prefeito de Morro Verde, cidade a qual Bacurau pertence, aparece os moradores se escondem.
O mostrado em cena é uma realidade distópica da atual. E quem adorou o filme discorda exatamente desta avaliação: aí estaria a qualidade de Bacurau, ao mostrar como o capitalismo e os ricos brasileiros exploram hoje o Brasil e sua região nordeste.
A história pode ser separada em três partes, como sempre fazem Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Desta vez não há linhas claras, mas as três partes são: a apresentação dos personagens em uma realidade que o espectador aguarda por informação, a entrada dos malvados atacando como em um filme apocalíptico e o desfecho no estilo Quentin Tarantino.
Há um problema grave no filme: o som é péssimo. Tradição do cinema nacional. Por sinal, Bacurau traz alguma críticas ao que geralmente se critica no cinema brasileiro. Uma delas é a aparição de personagens pelados. Lá para o meio da trama um personagem estrangeiro pergunta “por que eles andam pelados?”. Boa sacada.
O terceiro terço é o melhor do filme. Pena que o discurso seja o de separação, que tanto aflige o país, quando mostra que o sudeste brasileiro é adversário do nordeste.
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Bacurau
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2019
Direção: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Elenco: Sônia Braga, Udo Kier e Barbara Colen
Gênero: Suspense
Duração: 130 min.