Bola do Inferno

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Quatorze de outubro de 2003. No Wrigley Field, estádio em Chicago, uma das equipes locais, os Cubs, enfrentavam o Florida Marlins. Não era uma partida comum. Era o jogo que levaria o time à World Series, a final do campeonato de beisebol dos Estados Unidos. 3 a 0 na partida quase liquidada, torcida já comemorando. Os Cubs não se classificavam para as finais desde 1945. E não ganhavam o campeonato desde 1908! Em um minuto tudo mudou, para o time a para o torcedor Steve Bartman.
Bola do Inferno é um documentário da ESPN que narra como a vida de uma pessoa pode mudar em segundos. Um ato impensado, a cobertura da imprensa avassaladora, a ação em manada da sociedade, sem parar para pensar. Tudo isso é discutido.
O Chicago Cubs é, ainda hoje, o time esportivo que mais espera por ser campeão. Fundado em 1874, conseguiu seu último título ainda no longínquo 1908. Seus jogadores são os “loveable losers”, os amados perdedores, aquela equipe de segunda linha que todo mundo tem como segundo time. A Portuguesa dos Estados Unidos. Em 1945 teve sua última chance. E aí nasceu uma das maiores histórias de maldição no esporte.
Os americanos atribuem a desgraça do time ao torcedor William “Billy Goat” Sianis, impedido de levar sua cabra de estimação (olha o absurdo) durante um jogo da World Series daquele ano. Billy pragejou: “se é para irmos embora, então que os Cubs nunca mais sejam campeões! Afinal, vocês insultaram meu bode”. A praga jamais foi quebrada. Naquelas finais de 1945, antes do bode no estádio, os Cubs lideravam a série por 2 a 1. Após a expulsão do animal, perderam a final por 4 jogos a 3.
Este caso é lembrado pelo documentário. Mas o foco é Steve Bartman, em 2003. Não é que após uma rebatida do adversário, a bola foi cair bem na divisão entre torcida e campo? No beisebol, se o jogador pega a bola antes de ela quicar no cão, o adversário rebatedor está eliminado. E o momento era esse. Mas Steve Bartman enfiou a mão antes do jogador dos Cubs e atrapalhou.

Não só ele tentou. Seus vizinhos de assento também esticaram o braço (ao lado). Mas ele deu sorte na hora… na verdade, azar.

Com um boné dos Cubs, ele aparece incrédulo no filme. A reação em cadeia cresce dentro do estádio. E ao fim do jogo (os Cubs perderam, claro, em uma virada quase impossível dos Marlins) a pressão piorou. Até o governador disse em entrevista coletiva: “não terá perdão”.
O filme não consegue entrevistar Bartman. Compreensível que ele queira o silêncio, já que sua vida foi transformada em um inferno. É contado um outro caso bem interessante, mas de um jogador que teve sua carreira definida por uma falha: Bill Buckner, do Boston Redsox (que também tinha sua lenda de maldição).

O mais interessante do longa é mostrar como uma reação em cadeia pode ser impensada e insensata. O ser humano pode deixar de ser humano em grupo. Na mesma partida, após o lance de Bartman, um jogador cometeu um erro crasso, definidor para a derrota… mas a torcida já tinha o seu eleito, Bartman.

Conhecida nos Estados Unidos (Bartman virou até fantasia do Dia das Bruxas, acima à direita), a história é praticamente inédita no Brasil. Além de destrinchar o comportamento humano, conta a “saga” dos Cubs, o que é bem cativante. 2015… e nada de vencer World Series.

Bola do Inferno / Catching Hell 


CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO 


Ficha técnica: 
Ano: 2011
Duração: 102 min.
Gênero: Documentário
Direção: Alex Gibney
Roteiro: Alex Gibney

Categorias: Documentário

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