Cannibal Holocaust
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“O mais controverso e polêmico filme de todos os tempos”. Esta frase me chamou a atenção ao procurar um filme neste fim de semana. Está lá, em destaque, na sinopse de Cannibal Holocaust. Pode até parecer exagero, mas que é controverso, ah, isso é. E pelo que gerou, pode, sim, ser considerado “o mais”.
Cannibal Holocaust nos remete aos filmes da década de 1970 e 1980 produzidos apenas para agredir, mexer com o estômago dos espectadores. Já vi filmes chocantes, mas este está em um primeiro lugar. Não é tão “pesado” em seu enredo, mas suas cenas são bem fortes… até mesmo grotescas.
Precursor do gênero “Found Footage”, cruza o terror com o “mockumentary” (documentário falso), apresentando alegadas filmagens feitas por pessoas que desapareceram ou foram encontradas mortas – o espectador é posto em uma posição onde confere a “prova de um crime”.
É com certeza o predecessor de A Bruxa de Blair, o que é negado pelos produtores do mais recente. Mas o plágio fica claro.
Dirigido por Ruggero Deodato, Cannibal Holocaust conta a história de quatro americanos que vão à Amazônia (entre Peru e Brasil) com o objetivo de fazer um documentário sobre as tribos locais, nunca avistadas pela civilização. Eles somem e um segundo grupo – com dois homens locais e um americano – vai atrás deles. Os rolos de filmes são encontrados pelo líder do segundo grupo, o professor Harold Monroe (interpretado por Robert Kerman, que fez vários filmes pornôs). E chega então o momento de apresentar o que o grupo inicial presenciou.
Barbáries diversas, como desmembrar uma tartaruga, matar o guia ao improvisar uma amputação e maltratar de todas as maneiras os nativos (pense nas piores… eles fazem) estão na apresentação do pseudo documentário encontrado na selva. Aliás, os animais mortos são realmente mortos neste filme, na cara da gente.
O filme é controverso na tela. Mas fora dela foi ainda mais. A primeira e mais curiosa situação polêmica foi em sua Itália natal, acusado de ser um “snuff” (filme que conta com assassinatos reais). Estreou com uma campanha de marketing que o vendia como as filmagens encontradas de um grupo de documentaristas desaparecidos (no fim do filme aparecem letreiros afirmando que os rolos haviam sido comprados de um funcionário ladrão de uma produtora). Levou centenas de espectadores a saírem das salas de cinema em horror e foi alvo de duríssimas críticas. Mas o mais curioso estava por vir.
Dez dias depois da sua estréia em Milão, o diretor Deodato foi procurado pela justiça. Os tribunais alegaram que os quatro atores mostrados no “documentário” tinham morrido para tornar o filme mais realista. Pior, que a cena do empalamento (sim, há este horror!) era real.
Se a situação estava ruim, poderia piorar. Os atores haviam assinado um contrato com os produtores proibindo qualquer aparececimento em público durante um ano, para manter a ideia de que o filme era real. Isso piorou a situação de Deodato. Inicialmente, apesar de Deodato estar mal com a justiça, os atores não se revelaram com medo de serem processados por violar seu contrato profissional.
Até que Deodato conseguiu contatar o ator Luca Barbarescgi e pediu-lhe que o elenco se revelasse. Os quatros atores apareceram em um “talk show” italiano.
Fora os quatro atores italianos, os demais eram indígenas da floresta Amazônica. Deodato orientou-os durante as filmagens, mas muito do que aparece no filme é real. Ele teve de provar que a cena do empalamento era falsa (sim, há esse absurdo na obra). Como era uma índia, a mulher nunca foi encontrada pela produção. Ele acabou por mostrar no tribunal como o efeito fora conseguido e apresentou filmagens da indígena interagindo com a equipe após a cena.
Durante três anos Deodato lutou na justiça para que o filme fosse “desbanido”. Só em 1984 lhe deram razão e “Cannibal Holocaust” regressou aos cinemas italianos. No resto do mundo o filme foi censurado, e frequentemente banido. No Reino Unido, apenas foi autorizado em 1998, e mesmo assim teve que remover quase todas as mortes de animais. Muitos anos mais tarde, Deodato confessou que lamentava ter matado os animais.
É um filme bom? Não… longe disso. É ruim. Mas para quem gosta de cinema, ou da história do cinema, precisa ser visto.
Obs: esta imagem do cartaz é a mais amena. Imagine as outras.
Cannibal Holocaust / Cannibal Holocaust
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica
Direção: Ruggero Deodato
Roteiro: Gianfranco Clerici
Gênero: Terror
Duração: 95 min.
Elenco: Robert Kerman, Francesca Ciardi, Perry Pirkanen, Luca Barbareschi, Salvatore Basile, Ricardo Fuentes e Paolo Paoloni
Ah, eu vi esse faz uns dois meses. Quando vc tá com dó do mangusto, vem a tartaruga. Quando finalmente entra no sistema a dissecação da tartaruga, vem o indio sorvendo o cérebro do macaquinho. Aí, qdo vc acha q tá td acabado, a-há! os caras torturam o porco-do-mato desmembrando o bicho à bala… pura maldade!
Nossa, como disse minha xará, sem chances…sou muito frágil…
Marina, agora to sócio do netmovies.com.br. Lá tem uns bem difíceis de achar…e os pacotes são bacanas. Além disso, entrega e retira em casa
Vc pegou na locadora? Eu ja ouvi falar muito nesse filme, mas nunca achei…
Vc vai ter que alugar dnovo e me chamar pra ver!!!
Bjs
Sorry lindo, não tenho estômago. Já me deu aflição só de ler o post. Não assisto nem por uma grana.
É o filme mais anti-ecológico que já vi na vida. Mas acho que todo mundo tem que ver antes de falar mal.