Colegas

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2 out of 5
Espere a sessão da tarde

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É sensacional a ideia de Colegas! Três atores com Síndrome de Down protagonizam um filme sobre um trio de amigos que sai em busca de liberdade e realização de sonhos. Pena, mas uma pena mesmo, que o filme é ruim.

Não consegui achar uma resenha que analisasse o filme como ele deve ser analisado: como um filme. Todo mundo escreveu sobre a maravilha de se pular o obstáculo da Síndrome de Down e lançar uma inédita obra com três atores portadores da doença. Mas isso é óbvio, é chover no molhado!

Colegas é, em resumo, uma incrível ideia, que se perde pelo caminho. Não posso concordar em ter personagens tão estereotipados como o policial que só se olha no espelho (o ator Deto Montenegro tira leite de pedra com este personagem) e seu colega português que tem uma deficiência física: uma das mãos só com o dedo do meio, sempre em riste. E o balconista de bar gay que só aparece requebrando o traseiro? E o policial dormindo na estrada? Por aí vai…

O filme tenta criar uma história de natureza fantástica. Mas não chega ao ponto, ou seja, fica no meio termo. E aí todo o enredo vai pelo ralo.

Tirando a trilha sonora – toda de Raul Seixas -, pouco sobra. Fica evidente que os três atores são controlados pelo fraquíssimo roteiro. Não poderia ser diferente? Sim, poderia. Quando o ônibus que eles estão faz seu caminho por uma praia, na areia, minha vontade foi desligar o televisor. Onde isso existe no Brasil? Ah, claro: é um mundo fantástico. Não, não é! O filme não decide seu caminho! É, sim, um mundo de roteiro fraco.

A narração de Lima Duarte, que acompanha o longa do início ao fim, estraga diversos momentos – mas ainda bem que está lá! Explico: a narração dá um tom infantil ao filme, pois anuncia o óbvio e, assim, não deixa brechas para a imaginação. Mas muitas vezes o óbvio é tão mal feito que é melhor se ater ao explicado do que tentar entender o que está na tela.

E por que colocar os três personagens principais como bandidos? Sim, são bandidos, com arma em mãos. A toda hora há uma ameaça de morte a alguém. Não precisava. Entendo que há cenas para demonstrar que os portadores de Down podem ter uma vida corriqueira. Mas a forçada de barra é imensa. Muitas passagens ficam descoladas da história. E as cenas de sexo? Do nada, para nada. Repito: que pena.

Colegas 


CLASSIFICAÇÃO: ESPERE A SESSÃO DA TARDE 


Ficha técnica: 
Ano: 2012
Duração: 103 min.
Gênero: Aventura
Direção: Marcelo Galvão
Roteiro: Marcelo Galvão e Ricardo Barretto
Elenco: Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Breno Viola, Lima Duarte, Leonardo Miggiorin, Deto Montenegro e Rui Unas

Categorias: Aventura
Tags: Colegas

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