Dois Papas
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Ser papa não é, necessariamente, ser santo. E tudo bem com isso. Essa é a mensagem que fica ao assistir a Dois Papas, filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles que está bombando em todo o mundo, concorrendo com 3 indicações ao Oscar: melhor ator (Jonathan Pryce), melhor ator coadjuvante (Anthony Hopkins) e melhor roteiro adaptado.
Estes três pontos – os dois atores e o roteiro (de Anthony McCarten) – realmente são os que se destacam no longa metragem que conta a relação entre os papas Bento XVI e Francisco. A direção de Meirelles também é ótima… e poderia figurar entre os escolhidos da premiação.
É uma ficção, importante deixar claro. Mas estão ali realidades. A inusitada troca de bastão no comando na igreja católica apostólica romana é o ponto de partida para uma reflexão sobre os dois homens – Joseph Ratzinger e Jorge Mario Bergolio. É assim que são tratados, como homens, não como divindades. É, no fim das contas, uma conversa franca sobre pecados e acertos.
A crítica a Ratzinger está na manutenção de uma igreja antiquada e na possível inoperância contra escândalos de pedofilia e roubalheira no Vaticano. Mas Bergolio também tem seu passado escarafunchado, abrindo feridas sobre uma suposta falta de ação e até a concordância durante a ditadura Argentina.
É um belo filme, com dois grandes atores no comando: Jonathan Pryce (Francisco) e Anthony Hopkins (Bento XVI). Não tem como errar ao colocar a dupla para bate papo por longo tempo.
Se o uso da ficção (eles não tiveram conversa na Capela Sistina, Bergoglio não assiste televisão desde 1990, após uma promessa a Nossa Senhora do Carmo, e por aí vai) serve para passar a mensagem sobre os dois homens, resolvido. Mérito do filme.
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Dois Papas / The Two Popes
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2019
Duração: 126 min.
Elenco: Jonathan Pryce, Anthony Hopkins, Juan Gervasio Minujín e Sidney Cole
Direção: Fernando Meirelles
Gênero: Drama
Roteiro: Anthony McCarten