Dor e Gloria

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Dor e Glória põe seu diretor e roteirista, Pedro Almodóvar, no divã. O expoente do cinema espanhol conta, em seu mais novo filme, quem é este homem por trás das câmeras que tanto já contribuiu com a Sétima Arte mundial.
Em cena está Salvador (um nome pitoresco quase autobiográfico), diretor de cinema saudosista e triste pelas dores que sente no corpo, principalmente em suas costas, que o impedem de trabalhar. Na dificuldade de conseguir olhar para frente, o cineasta retorna ao passado, em flashbacks que revivem os momentos mais marcantes de sua vida.
Ainda menino, Salvador é criado praticamente só pela mãe (sempre ressaltada nas obras de Almodóvar), interpretada por Penélope Cruz, com um pai que precisa trabalhar muito. A descoberta da homossexualidade aparece precoce. Enquanto isso, já no momento atual, o homem Salvador, um senhor já de cabelos grisalhos e espetados, precisa levantar a cabeça, mas não consegue.
É um longo sóbrio, talvez o mais tranquilo de Almodóvar. As cores vibrantes aparecem, mas pontualmente. Há menos rompantes, mais conversas ao pé do ouvido.
Antonio Banderas é o protagonista. E não à toa ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes deste ano. O trabalho de Banderas realmente comove, especialmente quando o espectador testemunha uma rachadura no casco de seu personagem, que ocorre no encontro entre Salvador e Federico, interpretado pelo ator argentino Leonardo Sbaraglia.
Destaque também para a performance de Asier Etxeandia: vibrante como o ator Alberto Crespo, que ficou décadas brigado com Salvador.
Prepare-se para mais um belo filme de Almodóvar. É uma boa surpresa, não pelo diretor, mas…
Assista.
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Dor e Gloria / Dolor y Gloria
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Asier Etxeandia, Leonardo Sbaraglia e Penélope Cruz
Duração: 112 min.
Gênero: Drama
Ano: 2019