Eu, Tonya

Eu, Tonya

Visão 1: Tonya Harding era a melhor patinadora no gelo dos Estados Unidos no início dos anos 1990. Talvez do mundo. Era a heroína improvável de um esporte elitista e que se apóia na imagem da perfeição. Remava contra a maré. Visão 2: uma louca atormentada desde a infância pela mãe mais maluca ainda, vítima de violência desde os três anos de idade, que se juntou a dois bandidos em potencial, o marido e seu melhor amigo, formando um trio sem escrúpulo.

É assim que Eu, Tonya, do diretor Allison Janney, apresenta a história que chocou os Estados Unidos décadas atrás, quando a principal adversária de Tonya no rinque de patinação, Nancy Kerrigan, foi brutalmente atacada e teve um dos joelhos quebrados.

No formato de pseudo-documentário, Eu, Tonya parte de depoimentos para remontar a história, repetindo com os atores entrevistas reais e voltando no tempo enquanto eles falam.

É uma estratégia que falha. Demora-se muito para atingir o clímax. Até o fatídico ataque, o longa se repete no relato diário de violência contra Tonya. E na apatia dela (talvez por ter sido violentada desde criança) para se livrar disso. São cinco pessoas falando (o repórter de TV parece ter sobrado na edição). E o foco no ataque psicológico sofrido por Tonya é pouco movimentado. Obviamente, não se pede um filme de ação, mas, sim, a atenção presa na tela. A partir do ataque físico à sua adversária, já mais para o fim, vem a melhor fase.

O destaque do filme está nas atuações. Allison Janney como a mãe de Tonya está incrível. O mesmo para Paul Walter Hauser, o hilário amigo do marido e suporto guarda-costas. É o melhor da obra. Margot Robbie (a Arlequina de Esquadrão Suicida) e Sebatian Stan (Soldado Invernal de Capitão América), como Tonya e seu marido, também têm atuações de gala. Qualquer um merece estar na disputa do Oscar.

A trilha sonora, repleta de clássicos dos anos 1980 e 1990, muitas vezes regravados, é outro ponto forte. O filme ainda tem belas sequências de patinação, apoiadas em uma fotografia lavada, condizente com a tecnologia de três ou quatro décadas atrás.

É uma boa opção, que vale o ingresso. Mas fica longe das melhores opções para o Oscar de melhor filme em 2018.

 

Eu, Tonya / I, Tonya

CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO

Ficha técnica:
Ano: 2018
Duração: 120 min.
Elenco: Margot Robbie, Allison Janney, Sebastian Stan, Paul Walter Hauser e Julianne Nicholson
Direção: Craig Gillespie
Gênero: Drama

Tags: Eu - Tonya

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Comentários

  1. Angélica
    Angélica 3 março, 2018, 09:58

    Não acho que o longa se arrasta até chegar no clímax, muito pelo contrário. Como quase todo mundo já conhece a história, o filme foca no que levou a esse resultado fora do comum. Achei um ótimo filme, mas não é espetacular.

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