A Fita Branca

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Vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Globo de Ouro de Filme Estrangeiro e concorrente a dois Oscar – Fotografia e Filme Estrangeiro -, a Fita Branca chegou em casa com grande expectativa. Afinal, são só elogios da crítica. Todo em preto e branco, o filme conta a história de uma aldeia na Alemanha às vésperas da Primeira Guerra Mundial.
Estranhas maldades começam a surgir entre a população local. Uma corda é colocada como armadilha para derrubar o cavalo do médico, um celeiro é incendiado, duas crianças – uma delas com Síndrome de Down – são sequestradas e torturadas. Gradualmente, estes incidentes isolados tomam a forma de um sinistro ritual de punição, deixando a cidade atormentada.
O único a destoar do padrão de comportamento local é o jovem professor primário (sem nome), originário de uma aldeia perto dali. Espécie de voz da razão, ele é o único a estranhar a liderança exercida por Klara, filha mais velha do pastor, sobre as demais crianças do lugar.
A trama se desenvolve seguida de tensão – em meio aos rígidos costumes locais, com pais extremamente severos (o nome do filme vem de uma fita que o bispo amarra no braço de seus filhos pseudo mal comportados).
Quem comete tais barbaridades? Qual será o próximo? Qual o motivo? As crianças são malvadas? Fica a imagem de uma fábula sobre as raízes do nazismo, com as imposições às crianças, que em poucas décadas tomaria conta da Alemanha, seguindo os mesmos monstruosos princípios da justiça com as próprias mãos contra os alvos tidos como culpados, assim como a busca da eliminação dos mais fracos e dos com deficiência.
O filme é cativante – mas seu fim peca. Deixa aquele estranho sentimento de decepção. O recado é passado durante toda a obra, mas na hora de escancarar o problema, de confirmar as teorias, o filme se acomoda, desiste. São diversas interpretações ao seu final. Tem vezes que isso funciona, mas não com esta obra, que deixa aberta demais a fresta das opiniões.
A Fita Branca / Dass Weisse Band
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Gênero: Suspense
Duração: 144 min.
Origem: Austria, França, Alemanha e Itália
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Elenco: Susanne Lothar, Ulrich Tukur, Burghart Klaubner, Josef Bierbichler, Marisa Growaldt, Christian Friedel, Leonie Benesch, Ursina Lardi, Steffi Kuhnert e Gabriela Maria Schmeide
Fotografia: Christian Berger
Assisti. O Segredo em melhor mesmo. Mas creio que eh por causa dos finais de ambos.
Vou ver hoje! Está em casa.A Flávia já postou aqui: http://naoentendemascomenta.blogspot.com/2010/04/o-segredo-dos-seus-olhos.html
Veja O Segredo dos Seus Olhos que bateu A Fita Branca no Oscar. É obra-prima!