Flores Raras
Rating
Total
Flores Raras é um filme brasileiro. Mas é falado, quase todo, em inglês. Este foi o motivo de não ter concorrido pelo Brasil à indicação de Oscar de Filme Estrangeiro… ou melhor, Filme em Língua Estrangeira (esta a designação correta). Não fosse isso, acredito, seria barbada para representar o país.
Está aí um exemplar raro, com o trocadilho do título, de filme redondo. Com boas atuações, um roteiro bem conduzido, cenários lindos e até som que se ouve (isso é raridade nas produções nacionais), tem ainda a qualidade de quebrar um tabu: mostra um relacionamento homossexual feminino a três.
Não pense que segue o estilo de filme brasileiro dos anos 1980. Não. A homossexualidade está lá porque é preciso contar a história da arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares e da poetisa americana Elizabeth Bishop, que se conhecem quando Mary, então namorada de Lota, as apresenta.
O longa preocupa-se em mostrar uma bela história de amor, não julgando as três personagens principais. Como pano de funda está um período importante da história brasileira: o golpe militar de 1964 e suas implicações imediatas.
Não há um objetivo maior, algo panfletário, uma defesa disso ou daquilo. É um filme sobre a vida.
Baseado no livro “Flores Raras e Banalíssimas”, de Carmen L. Oliveira, o trabalho de Bruno Barreto merece aplausos. Mas o mérito maior é da produtora Lucy Barreto, mãe de Bruno, que insistiu com o projeto até que saísse do papel.
Ainda há de se destacar as interpretações de Miranda Otto (Bishop), Tracy Middendorf (Mary) e Marcello Airoldi (com um Carlos Lacerda conquistador). Glória Pires (Lota) destoa, pois me pareceu caricata, e olhe que eu gosto dela. Seu inglês está impecável, mas indica ter dificultado a interpretação.
Flores Raras
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2013
Duração: 118 minutos
Gênero: Drama
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Matthew Chapman, Julie Sayres e Carolina Kotscho
Elenco: Glória Pires, Miranda Otto, Tracy Middendorf, Marcello Airoldi, Treat Williams e Lola Kirke