Frost/Nixon

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Uma luta, dois homens e apenas um vencedor. O embate histórico entre o presidente americano Richard Nixon e o apresentador britânico David Frost é um dos mais bonitos espetáculos de estratégia e coragem retratados pelo cinema. Mais que isso. Trata-se de uma aula para jornalistas e aspirantes, políticos e críticos, jovens de toda sorte, mulheres, homens. Você está diante de uma obra-prima da vida real, brilhantemente retratada em um drama histórico de 122 minutos.
Eu gosto de política, história e jornalismo. Mas penso que se gostasse de costura, gastronomia e tivesse uma banca de churros teria me sentido envolvida da mesma forma. É assim que quero convencê-lo a assistir ao filme o quanto antes.
Em 19 de maio de 1977, Nixon, que renunciara à presidência dos Estados Unidos há cerca de três anos, decide, pela módica quantia de US$600 mil, conceder uma entrevista ao apresentador de programas populares, o inglês David Frost.
Para ambos trata-se de uma oportunidade crucial: Nixon vê na entrevista a chance de convencer os americanos de sua inocência no caso Watergate (veja Todos os Homens do Presidente) e Frost de se consagrar com o trabalho mais importante de sua carreira.
O filme é baseado numa peça de teatro, cujo tema central baseia-se na entrevista do ex-presidente ao apresentador de TV. As negociações, articulações e estratégias dão o tom de bastidores que permeia a trama, essencialmente focada no objetivo claro dos oponentes de dominarem o cenário e consagrarem-se campeões.
Dirigido por Ron Howard, que tem no currículo sucessos como O Código da Vinci, Uma Mente Brilhante e A Luta pela Esperança, o filme está longe de ser um documento histórico, mas desempenha extremamente bem a função de entreter com um pano de fundo baseado numa história surpreendente e real.
O roteiro é de Peter Morgan e conta com brilhantes atuações de gigantes como Frank Langella (Nixon)-indicado ao Oscar, Kevin Bacon (assessor do presidente) e Michael Sheen (Frost), que na minha opinião atua com uma insegurança pouco característica se comparada às cenas reais, que constam dos Extras do DVD.
Vale sem dúvida conferir trechos da entrevista verdadeira, que alcançou a maior audiência na história da televisão mundial. O material é de 12 horas.
O filme ganha ares de documentários, com cenas em que os atores falam olhando diretamente para a tela, lembrando dos dias em que as entrevistas foram realizadas e falando dos personagens centrais: o presidente e o entrevistador.
O embate entre os dois homens: um, forçado a deixar a presidência por conta de um escândalo de grampo na sede do partido democrata, tenta desesperadamente reaver espaço político, enquanto o outro, cuja carreira foi amparada em programas de variedades e a vida é cercada de festas e glamour, almeja conquistar o respeito e a mídia americana.
Agindo por ego, ambos entendem, ao longo dos dias, finalmente, a importância daqueles encontros, daquelas conversas, que determinarão o futuro daqueles homens. É um dos duelos mais contundentes e leais que já conferi. Não é apenas um filme sobre história, jornalismo e política, mas principalmente sobre valores. Recomendo. Muito.

CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER

Ficha Técnica:Frost/Nixon
EUA , 2009 – 122
Drama Direção:
Ron Howard Roteiro:
Peter Morgan Elenco:
Frank Langella, Michael Sheen, Kevin Bacon, Sam Rockwell, Matthew Macfadyen, Oliver Platt, Rebecca Hall, Toby Jones

Categorias: Drama
Tags: Frost/Nixon

Sobre o Autor

Comentários

  1. Marcelo
    Marcelo 4 maio, 2011, 19:03

    Filmaço dos bons, com o Ron Howard fazendo aquilo que sabe bem, apostando na performance dos atores e desenvolvimento dos personagens (e não aquele whodunit do Código da Vinci que não é a praia dele).

  2. Danilo Vicente
    Danilo Vicente 10 maio, 2010, 02:25

    Nossa, eu penso totalmente de maneira diferente da Renata. E concordo com a Flávia. O filme é muito bom, começando pela história. O filme é uma aula de jornalismo, para o bem ou para o mal. Mostra como Frost encarou Nixon e suas amarguras para conseguir entrevistá-lo direito.

    Só não acredito que Nixon concordou em dar a entrevista para reaver espaço. Ele queria limpar sua ficha suja, acabar a carreira "limpo".

    O momento que o filme retrata foi marcante para a história dos Estados Unidos, pois foi a primeira vez que Nixon falou sobre Watergate.

    O filme vale muito Aliás, não sabia que Ron Howard foi o diretor. Uma Mente Brilhante e A Luta pela Esperança, dele, são sensacionais.

  3. Renata Santos
    Renata Santos 6 maio, 2010, 21:55

    Flavia, pela primeira vez neste blog,"desconcordo" de vc. Achei o filme arrastado, a estória pouco explorada e mais, que a estória nem merecia um filme. A direção até que é boa, mas o conteúdo fraco. Não gostei.

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