Hitchcock

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Adorei Hitchcock, o filme. Não sou fã do diretor Alfred Hitchcock – simplesmente por que conheço pouco de sua obra. E talvez por isso não tenha me prendido à fidedignidade do filme. Essa é a grande crítica que os especialistas fizeram, alegando que o longa tem partes inventadas em meio a cenas baseadas em fatos reais. Não tinha como identificar isso. Mas gostei bastante do que o diretor Sacha Gervasi (roteirista de O Terminal e do péssimo A Ocasião Faz o Ladrão) aprontou, conseguindo dosar bem suspense, drama e até comédia.

Baseado no livro “Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho”, Hitchcock revela os bastidores do clássico Psicose. Na época, mesmo estando no auge da carreira, o diretor não conseguiu apoio para produzir a obra, pois a Paramount queria mais do mesmo e decidiu não investir em um filme que considerava ser de terror. O resultado foi uma produção independente, de baixo orçamento, que encontrou grandes dificuldades para driblar a censura e ser distribuída nos Estados Unidos, em função das cenas de violência e nudez. Além disso, obstáculos surgiram durante as filmagens, como as brigas constantes entre Hitchcock e sua esposa, Alma Reville, os problemas de saúde dele e seus desentendimentos com o elenco.

Contrariando quase todas as expectativas, exceto a do diretor e sua esposa, Psicose se tornou uma referência no cinema mundial. Sabendo disso, o filme Hitchcock fica bem interessante para o espectador ao mostrar o descrédito em cima do diretor. E, claro, é ótimo saber sobre os bastidores de um clássico do tamanho de Psicose.

Desde a primeira cena, quando o psicopata e assassino Ed Gein aparece, há surpresas. Gein foi inspiração para dois personagens de filmes, Norman Bates (interpretado por Anthony Perkins) em Psicose (1960) e Jame Gumb (Ted Levine) em O Silêncio dos Inocentes. Em uma obra sobre os bastidores de Psicose, sua inclusão é interessante – e a coincidência de Anthony Hopkins conviver com ele também.

Aliás, Hopkins e Helen Mirren estão demais nos papeis de Hitchcock e Alma. Hopkins está idêntico ao cineasta. Helen Mirren dá o tom certo ao drama mantido entre quatro paredes com o marido. Scarlett Johansson e Jessica Biel interpretam, respectivamente, Janet Leigh e Vera Miles, estabelecendo um curioso choque de gerações. Toni Collette está irreconhecível fisicamente como a assistente de Hitch, mais uma vez competente.

São 98 minutos contando um pedaço da vida de um mito, com grandes interpretações e de uma maneira leve, mas com conteúdo bacana. O fim, com Hitchcock como maestro da plateia no cinema, é demais.

Hitchcock 


CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER! 


Ficha técnica: 
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 98 min.
Direção: Sacha Gervasi
Elenco: Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Jessica Biel, Danny Huston, Toni Collette, Michael Stuhlbarg e Michael Wincott

Categorias: Drama
Tags: Hitchcock

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