A Invenção de Hugo Cabret
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Perdoem-me se fizer desta uma resenha muito pessoal. Mas não vejo outra maneira de escrever sobre ‘Hugo’. Hoje, no cinema, Martin Scorsese me tirou para dançar. E me conduziu a entrar, junto com ele, no extraordinário sonho do cinema.
Hugo é um órfão que vive em uma estação de trem em Paris e se recusa a parar de sonhar. Lá conhece um homem, dono de uma loja de brinquedos, que se recusa a continuar sonhando. Seus diferentes mundos se cruzam a partir de uma paixão em comum: consertar coisas. Hugo tem um robô que tentava reconstruir junto com o seu pai antes deste morrer e passa os dias tentando encontrar as peças que estão faltando. É baseado no livro infantil ‘A Invenção de Hugo Cabret’, de Brian Selznick. Mas sem nenhuma dúvida vai encantar pessoas de todas as idades.
‘Hugo’ é um filme sensível, de detalhes e percepções. Desde a longa cena inicial onde o diretor apresenta todos os personagens apenas com o movimento da câmera, sem um único diálogo, fica claro que o que será tratado é um pouco mais profundo do que parece à primeira vista. Não é uma trama pesada, mas também está longe de ser leve. É um filme bonito, emocionante e delicado sem jamais cair no dramalhão e na chantagem emocional barata à qual uma história do gênero poderia descambar.
O roteiro conta duas histórias. E bem no meio o personagem principal muda, a trama vira outra e a mágica se faz. Como não quero soltar spoiler não vou entrar muito no mérito. Mas Scorsese presta uma belíssima homenagem aos primórdios do cinema e dos efeitos especiais. E aí sim você entende porque o diretor escolheu o formato 3D. Afinal de contas não há melhor maneira de homenagear os pais dos efeitos especiais do que usar o mais atual e sensacional truque que o cinema permite hoje.
Então, para terminar, preciso dizer: largue a sua comida no meio, mude o caminho que está fazendo, avise no trabalho que você está saindo mais cedo. Porque você ouviu falar que um grande diretor muito habituado a falar de suspense, tiros, máfias e violência resolveu mudar um pouquinho de assunto neste final de ano. E em um cinema bem pertinho de você este diretor está, agora, convidando cada espectador a um sonho tão delicioso que vale a pena ser sonhado. Porque sonhar é graça. E o cinema, apesar de pago, está aí para nos lembrar disso todos os dias.
Ah, o filme foi escolhido o melhor do ano pela National Board of Review e o Scorsese foi eleito o melhor diretor. O personagem principal é vivido por Asa Butterfield, de ‘O Menino do Pijama Listrado’. O Ben Kingsley está ótimo na pele do amargurado dono da loja de brinquedos. Ainda conta a participação de Jude Law e entre os produtores está o Johnny Depp.
A Invenção de Hugo Cabret / The Inventio of Hugo Cabret
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Agora assisti. Diana descreveu perfeitamente. A, digamos, segunda história é mágica. Uma homenagem como poucas já feitas – senão a melhor de todas. Achei que era um filme de fantasia. Não é. Mas é de magia.
Fui ver. Belo filme. O roteiro achei o calcanhar de Aquiles do projeto, mas ainda assim, mais um show de direção de Marty. E a fala sobre projetor me fez sorrir. É inconfundível mesmo (vá ver pra saber do que tô falando. E VEJA EM 3D).
Nossa, a Irlanda está deixando a Diana poética.
Lembrando que aqui no Brasil o filme vai receber o nome original do livro, "A Invenção de Hugo Cabret". Esperando por esse, Tintim e Cavalo de Guerra (e quem sabe, Twixt).
E devo acrescentar: FURO DE REPORTAGEM DE DIANA MEDEIROS!
Vai demorar um pouquinho pra chegar por ai, mas eu não podia estar mais feliz de ter visto mais um Scorsese de sucesso!
A Didi definiu bem: é percepção pura! Não espera ver um 3D que surpreende, assusta e te faz desviar a cabeça como um Avatar-James Cameron da vida. As cenas simplesmente nos fazem perceber os melhores detalhes do ambiente. Coisa que o nosso descendente de italiano de Little Italy, modéstia a parte, faz muito bem. Sentimos a neve, o vapor, as lamparinas da melhor forma que já vi serem captadas. Não é nenhum 3D do Parque da Mônica mesmo!
E Paris! Confundida a um grande relógio de engrenagens de estação! A percepção de sonho, tempo, reinvenção! Não tinha um bom momento de epifania desses a tempo…
Vale o ingresso, o lencinho de papel e as minhas aulas de História Geral da faculdade!
Valeu Didi!
Danilo, o Marcelo tá certo, é filme captado em 3D. E Flá, deixando a piadinha de lado, você é uma linda! Ainda bem que a resenha agradou. Rs. O filme é a sua cara mesmo. Beijos.
Não é animação, é filme captado em 3D:
http://www.youtube.com/watch?v=hR-kP-olcpM
Deve ser ótimo, hein. Daqui a pouco chega aqui. Mas, Diana, é animação?
Sou obediente. Li o post (uma delícia de texto, como sempre), larguei a comida pela metade, capotei o carro três vezes, atropelei dois cachorros, uma pomba e um mendigo, mas cheguei a tempo no cinema. A tempo de descobrir que o filme está em cartaz, só que na EUROPA. Conclusão: além de não ter perdido o talento para juntar letrinhas, você também não perdeu o bom humor. Volte logo porque fiquei sabendo que o Patati Patata está contratando para o elenco…
PS: estou amando as novas referências no blog. Poste bem muito!
Bjs