Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual
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“Isso, sim, é roteiro. Não há elemento… que não vá ter bom uso – e deliciar o espectador”. “Taretto (Gustavo, o diretor e roteirista) e sua equipe premiam o espectador com momentos de doce simplicidade e encantamento”. Exemplos de crítica especializada sobre Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual. A primeira é da revista Veja. A segunda, do site Adoro Cinema (www.adorocinema.com.br). Exemplos de exagero sobre este filme argentino.
Logo depois de ler a maior revista do País, corri para assistir ao filme. E, claro, como quase sempre, minha expectativa elevada piorou a percepção. Trata-se de um filme bem comum.
Com essa de “não há elemento que não vá ter bom uso”, pensei que viria um filme que ao chegar à parte final me surpreenderia, daqueles que nos fazem sentir bobos por não perceber tal detalhe anterior. Que nada! Surpresa nenhuma!
Não, não é um filme ruim. Longe disso. Mas é muito menos do que está se propagando por aí. Baseado em um curta-metragem de 2005, está longe de ser a melhor obra argentina. Mas muito longe mesmo de O Segredo dos Seus Olhos e O Filho da Noiva, para ficar em apenas dois exemplos.
Medianeras (título original) são as laterais dos prédios, aqueles paredões que tanto há em São Paulo, especialmente na região central. Logo de cara entra em cena um homem e uma mulher muito, mas muito, solitários.
Ele faz sites, ela é vitrinista, um tira fotos para encarar pessoas, a outra tem fobia de elevador. Enquanto o primeiro curte “coisas de meninos”, como Guerra nas Estrelas e Astro Boy -, a segunda é aficionada pelo livro “Onde Está o Wally?”. Eles são diferentes, não se conhecem, são quase vizinhos e, especialmente, sofrem do mesmo mal: a solidão.
É claro que o fim já se imagina logo de cara. E se fosse um filme holywoodiano a crítica estaria toda contra este previsível final. Fica clara também a participação que virá com Wally, do livro.
Há cenas acima da média? Sim, principalmente as do cachorro, que, como seu dono, tem medo de sair à rua e se enturmar (impagável a cena do cãozinho preso a uma árvore, mas distante dos “novos amigos”). Mas no todo o filme é previsível, mesmo com as ligações da solidão à arquitetura, à internet, aos paredões sem ou com poucas janelas (um perigo o que fazem os protagonistas lá pro final, vide os prédios que caíram recentemente no Rio de Janeiro e em São Bernardo do Campo).
Talvez com essa crítica, mais negativa que positiva, aconteça o inverso do que ocorreu comigo. Tente, mas sem expectativa positiva.
Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual / Medianeras
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2011
Direção: Gustavo Taretto
Roteiro: Gustavo Taretto
Elenco: Pilar López de Ayala, Javier Drolas, Rafael Ferro e Carla Peterson
Duração: 95 min.
Gênero: Drama