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Mais um filme musical bacana: Nine. É a cara de outro, Chicago, a cara do diretor Rob Marshall, responsável pelos dois. É um filme agradável, mas não do mesmo nível do antecessor.
Para este texto, permito-me usar algumas passagens de coluna de Artur Xexéo sobre o filme em O Globo, coluna que conta como poucos a importância da obra.
Nine nasceu como musical da Broadway, transpondo para a linguagem de teatro o filme Oito e Meio, de Federico Fellini. Aliás, o filme de Fellini chama-se Oito e Meio porque, na ocasião de sua realização, o cineasta já tinha feito seis longas-metragens, dois curtas (o que valeria por um inteiro) e codirigido mais um longa (o que valeria por meio). O filme seria, então, seu oitavo filme e meio. Maury Yeston, que levou Oito e Meio para a Broadway como Nine (Nove, me inglês), acreditou que adicionar música equivaleria a mais “meio filme”.
Como em Oito e Meio, o protagonista de Nine é um cineasta, Guido, que aos 40 anos de idade tem uma carreira bem-sucedida e o desafio de fazer um novo filme. Mas Guido está em crise. Crise de idade, crise no casamento e, principalmente, crise de criatividade. Guido não sabe que filme vai fazer. É pressionado pelos produtores, pela mulher, pela amante.
Oito e Meio parece ser o mais autobiográfico dos filmes de Fellini. Quando o realizou, o diretor estava com 41 anos e passava por um bloqueio criativo. Só que usou seu impasse em proveito da obra. Ao fim da projeção, o espectador percebia que Guido/Fellini tinha conseguido realizar seu filme.
Oito e Meio foi indicado a cinco Oscar. Ganhou dois (melhor figurino em preto e branco e melhor filme estrangeiro). É um filme-cabeça, como se costumava fazer no começo dos anos 1960.
Nine é também cabeça, um musical-cabeça. Tem um homem como protagonista – Daniel Day-Lewis. Todos os outros personagens são femininos: a mãe de Guido, sua esposa, sua amante, uma jornalista, a prostituta da infância, a figurinista de seus filmes e sua musa. Cada uma tem uma canção que explica sua relação com o cineasta. E cada uma é vivida por uma atriz beldade: Sophia Loren, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Kate Hudson, Fergie, Judi Dench e Nicole Kidman (seguindo a ordem descrita acima).
Mas como nasceu o filme? Em 2003 houve uma remontagem do musical em Nova York com Antonio Banderas. Na época, Rob Marshall estava recém-chegado de uma noite consagradora no Oscar. Tinha ganho seis estatuetas, entres elas a de melhor filme do ano, com a adaptação para as telas do musical Chicago. A produtora Weinstein acreditou que Nine, nos cinemas, poderia ser uma espécie de Chicago 2 e encarregou Marshall de fazer a nova adaptação.
Algumas mudanças e o filme passou a ser muito esperado pela crítica. Mudou o sobrenome de Guido, entrou o cargo de figurinista em vez de produtora… e algumas músicas foram cortadas – entre elas, a canção-título, “Nine” – ,surgindo mais três só para o cinema – entre elas, a sensacional “Cinema Italiano”, um primor de música e dança, daquelas que dá vontade de entrar na internet e comprar o CD.
Mas a boa vontade acabou logo após a estreia. Os números musicais são tão bons quanto os de Chicago. Mas Chicago tem mais “pegada”. Claro, o “original” sempre é melhor que a “cópia”. Nine veio depois e por isso não encanta tanto.
Nine
CATEGORIA: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Direção: Rob Marshall
Roreiro: Michael Tolkin e Anthony Minghella
Elenco: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren e Stacy Ferguson
Gênero: Musical
Duração: 118 min.
A Kate Hudson e o Day-Lewis estão bem. O resto não.
A mim também agradou. E Kate Hudson tem a melhor música e a melhor dança do filme, realmente. Mas talvez por ter visto Chicago antes, gostei menos de Nine.
Bom, não gosto de musical, mas até assisti a esse com bons olhos. E agradou, devo confessar. As músicas não eram chatas e havia espaço para história (aliás, muito boa). Para quem gosta de musical talvez realmente valha um DUCA, mas para quem não é muito fã, o vale o ingresso está de bom tamanho. rs…
Eu gostei tanto de Nine! Achei bem dirigido, até já escrevi aqui; que ainda quem não gosta de musical mas gosta de video clipe devia ver este filme. As atuações das atrizes cantando e dançando são impecáveis. Fiquei surpreendida com a Kate Hudson, nunca imaginei que ela faria um número como o do filme. Fora a Penélope Cruz que está digna de levar um tiro – homem nenhum precisa saber que existe uma mulher assim.
Não achei o filme pra Oscar, ou pra outras premiações, mas achei o filme muito bom pra ver, pra rever, pra comprar o CD, pra ver só as músicas de novo.
ADOREI.
Acho que merecia um DUCA aqui.