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Pablo Larraín é o diretor de Tony Manero. Ainda bem que eu só soube disso agora, pois achei o filme terrível. Ainda bem mesmo, senão nunca teria assistido a No. Mesmo os dois sendo parte de uma trilogia sobre a ditadura chilena, com Post Morten abrindo, não há comparação. O ultimo é 1.000 vezes melhor.
No é passado no fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1988. Após 15 anos no comando do país e sob pressão internacional, o ditador decide abrir um plebiscito para saber se deve continuar. Mesmo com pouca esperança de ver um jogo limpo, os políticos que defendem o “não”, ou “no”, contratam o publicitário René Saavedra.
Saavedra está à frente de seu tempo. Quer “vender” a felicidade, mas seus colegas de empreitada se sentem revoltados. Afinal, como falar de alegria com um país amordaçado e amedrontado pela mão ditatorial?
Uma ótima sacada do diretor Larraín é filmar No inteiramente em U-Matic, tecnologia de gravação em videocassete que era usada na época. Assim, o filme parece ter sido feito no ano de sua história.
Outra boa ideia: cenas reais das campanhas são mescladas à ficção. É de dar risada como que o “sim” faz.
O personagem principal é uma questão à parte. Gael García Bernal o interpreta como um cara sóbrio, que praticamente não sorri. Ele não é bravo ou chato. Só não mostra os dentes. Ensaia-se uma disputa entre ele e seu chefe, articulador da campanha do “sim”. Mas eles são adversários, somente. Controlam-se para não virarem inimigos, e dependem um do outro para sobreviver.
O ápice do longa é sua parte final. No restante, senti falta de cenas sobre como Saavedra convence os políticos do “no” a confiarem nele. Fica no ar, o que, neste caso, é uma pena. Mas o “todo” compensa.
No
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2012
Duração: 118 min.
Gênero: Drama
Direção: Pablo Larraín
Roteiro: Pedro Peirano
Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers, Néstor Cantillana, Luis Gnecco, Alejandro Goic e Jaime Vadell
