O Casamento de Rachel
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Angustiante. Levantei pra beber água, acendi dois cigarros, me alonguei, estalei o pescoço e adorei. Prestes a dar uma cambalhota no meio da sala percebi o quanto os diálogos, as câmeras e as atitudes da protagonista me incomodavam. O que me obriga a dizer que o filme é bem perturbador. Gostei bastante. Não é o tipo de filme que a gente aluga no domingo, reúne os amigos e estoura pipocas. É denso, provocativo, irritante, por vezes. Pode ser, e não descarto, que essas sensações tenham sido mais fortemente presentes em mim, por questões pessoais, de repente.
De qualquer forma, a atuação da protagonista Anne Hathaway (ex-O Diabo Veste Prada) surpreende positivamente e derruba o estigma da menina bonitinha que cai bem em comédias românticas (foi indicada ao Oscar pelo papel). Ela está absurdamente bem no papel de Kym, garota problema da família, que após um período de reclusão em uma clínica de desintoxicação retorna para o casamento da irmã, Rachel, a qual o título do filme se refere.
O retorno da irmã traz à tona antigos traumas familiares que desencadeiam uma série de discussões e situações de conflito entre os integrantes da família. Tudo em meio aos preparativos da festa que está para acontecer. A utilização das câmeras é precisa tendo em vista que elas captam não apenas a tensão que permeia grande parte do filme, além de causar desconforto a quem assiste. A câmera permanece o tempo todo em movimento, acompanhando o percurso das personagens.
O diretor apresenta também situações que exageram na dramaticidade, o que faz com que algumas cenas beirem o bizarro, gerando um riso nervoso, com certa irritabilidade. A falta de comunicação entre os personagens é tão grande e notória que fica a sensação de que nenhum dos conflitos têm qualquer chance de serem amenizados e a situação piora a cada palavra dita, a cada frase não entendida, a cada gesto mal interpretado. Cheguei a torcer pro filme acabar e aquelas pessoas pararem de se agredir tanto.
Não há vilões, embora em alguns momentos, até por hábito, a gente aponte o dedo na cara de um deles, mas no geral são todos vítimas de uma história de tragédias, muito amor e pouca tolerância e compreensão.
Vale alugar o Chaves e deixar de lado pra colocar na sequência. É sempre bom voltarmos à nossa zona de conforto. Por mais mentirosa que às vezes ela possa ser. Eu recomendo (o Chaves e o filme).
CLASSIFICAÇÃO: VALE BEM O INGRESSO
Filme:
O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married)Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Jenny Lumet
Gênero: Drama
Origem: Estados Unidos
Duração: 113 minutos
Tipo: Longa-metragem
Categorias:
Drama
Tags:
O Casamento de Rachel
Esse eu achei bem mais ou menos.
Primeiro: que preguiça da protagonista desfilando suas mágoas do mundo pela casa e atirando suas frustações em cima de todo mundo. Segundo: que preguiça da necessidade de atenção da protagonista. Terceiro: que preguiça da protagonista!
Quarto, e agora falando sério: achei o filme superficial. Acho sim que os dramas enfrentados pelos personagens poderiam protagonizar um grande filme sobre a dinâmica daquela família no enfrentar da tragédia que os assolou. Mas acho que o personagem principal foi mal construído. A sensação que me dá é que uma menina mimada demais e com necessidade de atenção demais resolveu ficar zangada com o mundo e passa o filme lamentando a sua desgraça que, para mim, não conseguiu ser passada com suficiente profundidade. Achei as atuações exageradas e os embates demagógicos. Na minha opinião o filme errou na mão. Se fosse conduzido com um pouco mais de sutileza creio que seria um filmaço. Mas achei cansativo e exagerado.
Tem razão, o filme é bem bom. Especialmente pela Anne Hathaway, realmente a peça-chave do filme
Mas não entendi o fim… a parte do Chaves ser uma mentira. Como assim? Como uma mentira? Agora só falta dizer que a vila não existe…
E outra: como Chaves é zona de conforto? E os dramas do menino pobre que mora num barril?!?!!? Fico triste só de lembrar…