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A banalidade do mal já foi tratada há três anos no cinema com Hannah Arendt, filme sobre a filósofa que imortalizou a expressão. É dela a teoria de que Adolf Eichmann, colaborador de Adolf Hitler, poderia não ser antissemita, mas, sim, uma mente fraca, um seguidor de ordens dos antissemitas. Agora o tema volta à baila, mas com um longa argentino, O Clã.
O filme conta a história real da família Puccio, conhecida na década de 1980 por sequestrar parentes de pessoas com dinheiro. Liderado pelo pai, Arquímedes (Guillermo Francella), o grupo ficou marcado por assassinar as vítimas após recolher o valor do resgate.
É assustador como um crime hediondo envolve toda a família sem qualquer problema. Chega a ser inacreditável que algo assim tenha existido.
O pai é o comandante dos bandidos, mas filhos almoçam enquanto o sequestrado urra de desespero, a vida segue enquanto alguém espanca a vítima, o resgate é pedido por telefone como se fosse uma encomenda de pizza.
Tudo é banal. A mesma discussão de Hannah Arendt está presente. O pai faz a cabeça da família ou são todos responsáveis?
O destaque do elenco é Guillermo Francella, que entrega um pai complexo e ameaçador. Um louco, mas trabquilo. Já Peter Lanzani vive um dos filhos, Alejandro, e de certa forma é o personagem principal da história, aquele que irá ajudar ao pai ao mesmo tempo em que sabe que algo ali não está correto.
O pecado do filme, produzido por Pedro Almodóvar e Agustín Almodóvar, é ser um pouco lento. Entra vítima e sai vítima e a situação muda pouco. Mas a cena final é de arrebentar!
O Clã / El Clan
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2015
Elenco: Guillermo Francella, Peter Lanzani, Lili Popovich, Giselle Motta e Franco Masini
Direção: Pablo Trapero
Duração: 109 min.
Gênero: Suspense