O Homem de Aço
Rating
Total
Posso ser saudosista, não entender de cinema, um chato. Mas pelo menos sou direto: não gostei de O Homem de Aço, o novo filme sobre o Super-Homem. E olha que sou fã do personagem. Talvez este seja o principal motivo.
Zack Snyder, do espetacular Watchmen e de 300, dirige a adaptação escrita por David Goyer baseada em uma história que ele criou com Christopher Nolan, produtor do filme e nome famoso por sua ótima recente trilogia de Batman. Um time de peso. Mas que resolveu inovar – na minha opinião – demais.
Esqueça o homem com “h” maiúsculo, que usa super poderes mas sempre é humano. O Homem de Aço transforma o personagem em um alienígena. É claro que ele realmente é, e sempre foi, mas a nova linha o transforma em companheiro de Predador, Alien e até E.T..
Tudo está diferente! Clark Kent é um ser menor. O que vemos em tela é Kal-El, a criança enviada para a Terra por seus pais Jor-El e Lara. Aliás, o El ganha destaque como sobrenome. E o bebê não sai de seu planeta Krypton para ser salvo, simplesmente. Sai para carregar os bilhões de “DNAs” de seus “colegas” habitantes, salvar sua linhagem.
Mais: a roupa de Super-Homem não é costurada por sua mãe terráquea, vem lá de seu planeta.
Essas são só algumas das mudanças de rumo do novo filme. Onde está Lex Luthor??? Braniac, ao menos? Nada, a não ser imperceptíveis passagens de câmera por objetos que lembram Luthor. Tente ver: quase impossível, de tão rápidas.
Os dois primeiros filmes do Super-Homem com Christopher Reeve são aclamados até hoje. Eu vou além: gosto dos 4 filmes com ele (mais dos dois iniciais) e também não reclamo de Superman – O Retorno, o até então mais recente, dirigido por Bryan Singer e lançado em 2006.
E que seja claro: o problema definitivamente não é de elenco ou de protagonista. Henry Cavill manda muito bem. O filme é cheio de flashbacks e impressiona que o ator, do alto de seus 30 anos, surge bem como 18, 20 e poucos etc.
Amy Adams é Lois Lane. A atriz vai bem. Mas aqui outro inconformismo meu: onde está o segredo entre ela e Clark Kent? Aquele de não perceber que o cara é o super-herói só porque ele coloca os óculos. Inexiste neste longa! A cena que ela vai ajudar Super-Homem em uma nave alienígena, com (modernoso) capacete e tudo, é de arrepiar de tão fora de contexto: o vilão pede para que ela se renda junto com o protagonista. Mas por quê? Ele nem sabia que Super-Homem era Clark. E nem havia rolado um forte romance!
O filme tem o planeta natal de Super-Homem – Krypton – muito mais explorado. Mas de início já me impressiona negativamente. Nada de branco. O que vemos é um local cheio de naves e até com uma espécie de dinossauro ajudando o Jor-El (o pai do moço) a voar e fugir do tal General Zod (Michael Shannon, meia boca), que virá – óbvio – a ser o antagonista de Kal-El.
É porrada pura. A obra tem muita – mas muuuiiittta – cena de de pancadaria. As cenas são ótimas, não reclamo. Mas é uma espécie de Wolverine com roupa azul e capa. Aliás, é incrível, mas para o roteiro a roupa deve fazer a barba do personagem, já que ele está barbudo ao vestí-la pela primeira vez, mas quando surge seu rosto está com pele de bebê.
Que saudade da trilha sonora John Williams, o mago do original de Super-Homem no cinema. Neste mais recente temos um som quase eletrônico, bem de filme de aliens.
Ah, e a história? Isso é de menos no filme. Mas vamos lá: Clark Kent/Kal-El é um menino/adolescente/jovem que se sente alienado (boa palavra para este filme) por poderes além da imaginação. Clark sempre se pergunta “por que estou aqui?”. Moldado pelos valores de seus pais adotivos Martha (Diane Lane, bem) e Jonathan Kent (Kevin Costner, muito bem), ele logo descobre que ter super-habilidades significa tomar decisões extremamente difíceis (thanaaaaaaam). E quando o mundo é atacado, por compatriotas seus, deve se tornar o herói conhecido como “Super-Homem”, para proteger aqueles que ama, os terráqueos.
Vou terminar, senão ficarei horas falando mal do filme. O que vale um tanto é a sequencia final, com caminhões voando, explosões, dezenas de prédios caindo. E uma pequena tendência a resgatar o passado, incluindo aí a chegada tardia do jornalista Clark Kent e os raios infravermelhos de seus olhos.
É até alentador que haja a sequência. Espero que com Lex Luthor! Mas este primeiro definitivamente não fez minha cabeça.
Obs: não fique até o fim dos créditos, como eu e dezenas de pessoas na sala de cinema. Nada de “extra”.
O Homem de Aço / Man Of Steel
CLASSIFICAÇÃO: ESPERE A SESSÃO DA TARDE
Ficha técnica:
Elenco: Henry Cavill, Diane Lane, Amy Adams, Michael Shannon, Kevin Costner, Ayelet Zurer, Russell Crowe, Harry Lennix, Lawrence Fishburne e Christopher Meloni
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Christopher Nolan e David S. Goyer
Ano: 2013
Duração: 143 min.
Gênero: Ficção
Kadi-San, tenho de discordar de você. São muitas as cenas de pancadaria. Metade do filme é assim. Caminhão voando, prédio arrebentado, explosão…
De resto, até que condodamos, não?
Pancadaria??? Acho que vc assistiu outro filme, pois nesse filme aí a ação(de verdade) acontece só às 1h30min de filme, depois vem uma lutinha besta do Superman com uma nave(com uns tentáculos, negócio horroroso…) e depois o fim com o General Zod. Esse filme consegue ser mais parado que o do Hulk. Eu ia até assistir ele com a minha mãe, mas eu conheço ela, vai dormir logo logo e, quer saber? Acho que ela vai ter toda razão se dormir mesmo. Quando você acha que o filme vai engrenar, entram os malditos flashbacks! Zack Snyder não tem noção de rítmo, não sabe dosar bem diálogos e cenas de ação, por isso que James Cameron é o rei atualmente, é um dos únicos que tem essa boa noção de rítmo, não escreve muito bem, mas pra filmes blockbuster e capricho na pós-produção, ele é mestre. Até Joss Whedon fez um trabalho melhor com os Vingadores.
O que me irritou bastante foi:
• Lawrence Fishburne(a hipócrita cota pra negros que os filmes de hoje carregam) como Perry White, meu Deus, não tem nada a ver! O cara ainda usa brinquinho! Perry White usando brinquinho é dose! Preferia aquela forma tradicional do Perry.
•Cadê o Jimmy Olsen? Achei que esse cara pudesse ser o alívio cômico do filme, pois essa obra foi séria demais, é tensa do começo ao fim, com pouco espaço pra piadinhas, e quando tem, são bobas demais(Me lembrei daquela piadinha da militar no final). Antes de assistir Homem de aço, eu achava que piadinhas no meio do filme costumavam ser chatas, mas agora percebo bem o papel que elas têm… É Claro que piadas bestas demais também podem estragar(marca dos filmes do Michael Bay), assim como os diálogos chatos(James Cameron faz isso).
• A revelação precoce para Lois Lane de que Clark era o Superman!
• Como vc disse, sobrou Kal-el, faltou Clark Kent! Eu esperava aquela coisa careta do Clark trabalhando no Planeta diário e blá blá blá.
As únicas duas coisas legais são: a roupa do Supeman e a forte motivação do General Zod que, pela fala final dele, é possível imaginar que entre aquelas crias artificias de Krypton, o papel dele naquele planeta era de protegê-lo mesmo, isso enriqueceu muito o personagem.
Esse é um daqueles filmes que não tenho vontade de assistir de novo, é muito cansativo, Zack Snyder carpichou no dramalhão mexicano, mas ao contrário do filme do Spiderman, eu tenho esperança para as sequelas, acho q ele tende a melhorar muito, espero que toda essa carga dramática fique toda aí nesse filme mesmo. Ah, e sobre os filmes antigos do Superman que você comentou, também achei eles melhores em alguns aspectos e, falando neles, perderam uma oportunidade de usar o tema clássico do John Williams, acredita que lá pelas tantas do filme eu acreditava que ao começar essa música salvaria o filme? Eu esperava algo assim: General Zod dizendo alguma coisa que desmerecesse a Terra e o Supeman rebatendo com um frase heróica, iniciando a música tema dele(que permearia a luta inteira!). Já pensou que legal teria ficado? Isso teria salvado o filme pra mim!