O Iluminado

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Sou fã de Stanley Kubrick. Notei que aqui no site faltava a crítica sobre O Iluminado. Não que eu precise indicar a alguém o quão bom é esse clássico. Mas tive a sorte de assisti-lo novamente antes de Doutor Sono, sua continuação que chegou ao cinema em 2019 (só vi ontem). Então, lá vou eu.

A história é simples: Jack Torrance se torna, durante o inverno, o zelador do isolado Hotel Overlook, nas montanhas do Colorado, na esperança de curar seu bloqueio de escritor. O hotel está fechado e cercado de neve e apenas ele, a esposa Wendy e o filho Danny estão ali. Enquanto Jack tenta escrever, Danny tem visões que se tornam perturbadoras. E a tensão cresce.

O longa traz toda a forma do cinema de Kubrick. Há inovação: uma Steadicam, que dá aquela impressão de fluidez ao acompanhar o personagem, foi usada em sequências inteiras – o menino Danny andando de triciclo no silêncio, com destaque para o som das rodas no assoalho do hotel, é marcante. As cores fortes estão em quase todas as cenas, com destaque para o vermelho, não apenas no sangue, mas nos móveis e roupas. E o roteiro, evidentemente, é o principal: diferentemente do livro de Stephen King, há pouca explicação sobre o que motiva o inferno que a família passa aos poucos a viver. O papel do hotel e o poder de Danny, que com Doutor Sono são explicados no cinema, ficam para o espectador imaginar.

Há muita especulação sobre os significados e ações do filme, cheio de ambiguidades. Como almas tomam a visão de Danny, Jack e, em menor escala, Wendy, Kubrick aproveita para aflorar a imaginação. A cena de um homem fantasiado de urso em posição de sexo oral a outro homem até hoje alimenta especulações.

Por conta dessa ambiguidade em cenas, o documentário “Room 237”, lançado no Brasil no começo de 2013, alimentou uma série de suposições. O longa levanta a hipótese de que, em O Iluminado, a cascata de sangue que brota de um elevador e a montanha de malas abandonadas pelos hóspedes seriam alusões ao extermínio de judeus por nazistas. Defende, ainda, que a imagem de uma lata com um índio no rótulo seria uma reflexão sobre o extermínio de tribos. E até que a obra seria uma denúncia cifrada do próprio Kubrick sobre seu envolvimento na pseudo farsa armada por Hollywood do pouso da Apolo 11 na Lua em 1969 (que para alguns nunca aconteceu).

Haja imaginação. E assim a lenda de Stanley Kubrick não morre.

Voltando ao que interessa, Jack Nicholson insano em suas caras de maluco e o menino Danny Lloyd estão ótimos em suas interpretações. Lloyd, curiosamente, só fez dois filmes para televisão depois de O Iluminado – hoje é professor e em 2019 fez uma ponta em Doutor Sono. Shelley Duvall vai bem até certo ponto em sua Wendy, mas aquém dos demais. Quando o terror assola ela parece uma barata tonta com seus braços chacoalhando.

O Iluminado, ao lado de O Bebê de Rosemary e O Exorcista, modernizou os parâmetros do terror ao definir uma abordagem realista para o sobrenatural. Obrigatório para quem gosta da Sétima Arte.

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O Iluminado / The Shining
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Ano
: 1980
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd e Scatman Crothers
Gênero: Terror
Duração: 146 min.

Tags: O Iluminado

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