O Sol É para Todos

O Sol É para Todos

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O Sol e para Todos

Filme bom não perde a validade. Bom não, ótimo, excelente, supimpa. O Sol É Para Todos é clássico. E é um espetáculo.

De 1963, o longa tem um jeito envolvente de contar duas histórias simultaneamente, mantendo a atenção do espectador em ambas. Na primeira metade o foco está em três crianças, que se aventuram, em 1932, pela cidade de Macomb, no Alabama, atrás de segredos de uma casa habitada por um idoso rabugento e seu filho recluso. Mas ao mesmo tempo nasce uma acusação contra um jovem negro, Tom Robinson, que vai a julgamento por supostamente estuprar uma mulher branca. Atticus Finch, pai de duas das três crianças, é o advogado de defesa.

Em um piscar de olhos a importância das duas histórias se alterna. Um filme de tribunal surge, com passagens atordoantes. Há uma cena que entrou para a história do cinema, entre o primeiro andar do tribunal (onde só ficavam os negros, separados dos brancos no térreo) e o advogado Atticus.

Gregory Peck encarna Atticus. Levou merecidamente o Oscar, pois sua atuação é estonteante. Não à toa o personagem foi eleito em 2003, pelo American Film Institute, como o maior herói do cinema dos Estados Unidos.

As três crianças, interpretadas por Mary Badham, Phillip Alford e John Megna, são cativantes. Brock Peters também manda bem como o acusado por estupro. E, uma curiosidade, Robert Duvall, em sua estreia no cinema, surge como o filho encarcerado do rabugento, no finzinho das duas horas, que passam voando.

O filme todo é de “dar aula”, mas seu final encaixa perfeitamente com o título original: To Kill a Mockingbird (o nome vem do livro homônimo de Harper Lee, sucesso instantâneo em 1960 e vencedor do prêmio Pulitzer). Fica a pergunta: mesmo que você seja um caçador de pássaros, por que matar um canário, se ele nada atrapalha e só ajuda com seu canto?

É incrível que a questão do racismo, meio século depois do lançamento do filme, continua atual. Imagine na época do lançamento o que esta obra causou! O roteiro de Horton Foote e a direção de Robert Mulligan são primorosos.

Ainda bem que venceu três Oscar (além de Gregory Peck como ator, levou Roteiro Adaptado e Direção de Arte em Preto e Branco) e concorreu a outros cinco (inclusive para Mary Badham, como Atriz Coadjuvante, aos 9 anos de idade), comprovando que havia gente inteligente na Terra.

O Sol É para Todos / To Kill a Mockingbird


CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!


Ficha técnica:
Gênero: Suspense
Ano: 1963
Duração: 129 min.
Direção: Robert Mulligan
Elenco: Gregory Peck, Mary Badham, Phillip Alford, Brock Peters, John Megna, Robert Duvall, John Megna, Paul Fix e Rosemary Murphy
Produção: Alan J. Pakula
Roteiro: Horton Foote

Categorias: Suspense

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