O Trem
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Um filme de 1964 não pode ter efeitos especiais que surpreendam o espectador. Era o que eu pensava. Mas pode, sim! É o que prova O Trem.
Estrelado por Burt Lancaster, o longa é baseado em fatos reais. Conta a saga de funcionários da malha ferroviária francesa para impedir que um trem abarrotado de quadros de mestres da pintura, como Renoir, Van Gogh e Matisse, chegue à Alemanha nazista.
Em agosto de 1944 os Aliados progridem e a liberação de Paris é iminente. O coronel alemão Von Waldheim rouba quadros de um museu francês e, apesar do desgosto de seus superiores com a pseudo “arte degenerada”, ordena que a carga milionária vá o mais rapidamente possível à sua terra natal.
A diretora do museu se desespera e procura membros da resistência francesa na estação de partida do trem. Eles se convencem a salvar o “tesouro artístico nacional”.
É um roteiro dos bons, concorrente ao Oscar de 1964. Neste contexto de guerra, há cenas espetaculares. Não foram utilizadas miniaturas. Há trombadas de composições reais, descarrilamentos, aviões dando rasantes, tiros para lá e para cá. Nada de exploração da degradação humana. O que impressiona mesmo são as máquinas.
Há uma cena envolvendo o trem, um túnel na montanha e um Spitfire britânico atirando que foi filmada de um helicóptero que, em dado momento, quase colidiu com o Spitfire. Diz-se que a esposa do diretor John Frankenheimer (Ronin e A Ilha do Doutor Moreau), que assistia às filmagens, desmaiou.
Pena que o filme é um tanto longo, com 133 minutos. Mas nada que atrapalhe a percepção geral de quem assiste.
O Trem / The Train
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica
Direção: John Frankenheimer
Elenco: Burt Lancaster, Paul Scofield, Jeanne Moreau, Suzanne Flon, Michel Simon, Wolfgang Preiss, Albert Rémy, Charles Millot, Richard Münch, Jacques Marin, Paul Bonifas, Jean Bouchaud, Donald O’Brien, Jean-Pierre Zola, Arthur Brauss
Ano: 1964
Duração: 133 min.
Gênero: Suspense