Rush – No Limite da Emoção

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Sou suspeito, pois gosto de esportes (incluindo automobilismo, se você não o considera assim). Mas este é um filme em que essa característica – o esporte – é detalhe. Rush – No Limite da Emoção é sobre dois dos maiores pilotos de Fórmula 1 da história: Nick Lauda e James Hunt. Mas não só isso: é sobre obsessão, busca de um objetivo, superação.
O filme de Ron Howard lembra a história real da rivalidade entre dois nos anos 1970. O auge da disputa aparece em 1976, quando ambos estão na Fórmula 1 em busca do título. Lauda, austríaco, é o pragmático, ambicioso, centrado. Hunt, inglês, é o mulherengo, farrista, agressivo, bonitão… e também ambicioso.
Quem conta a história é Lauda, mas os dois pilotos têm praticamente o mesmo tempo na tela. Hoje com 64 anos, o austríaco participou ativamente do roteiro do filme, conversando constantemente com o escritor Peter Morgan. Suas memórias estão ali, ainda que ele tenha contestado em entrevistas seu retrato extremamente sério. Realmente ele aparece sério. Mas essa é uma qualidade!
Afinal, por que estes dois caras eram rivais ferrenhos? Essa é a pergunta que Rush busca responder.
A recriação de época é ponto forte do longa. As disputas na pista levam a, por exemplo, Dias de Trovão, com Tom Cruise e a Nascar em foco. Mas são bem melhores. Os carros da década de 1970 são incrivelmente recuperados – e colocados em tela como se estivessem por aí, prontos para serem filmados.
Não vou antecipar sobre o acidente de Lauda. Mas aflige, no mínimo.
A edição não deixa arestas. E o elenco manda muito bem: Daniel Brühl (com dentes falsos para dar o aspecto de “rato” a Lauda), de Bastardos Inglórios e Adeus, Lenin, e Chris Hemsworth (o Thor) dão o clima certo, com as conversas fora das pistas ou as disputas dentro delas. É incrível como Hemsworth se supera.
O único ponto negativo é a reconstituição da prova de Interlagos cheia de mulatas sambando. Só faltou James Hunt tomando caipirinha e comendo feijoada. Estereótipo total. A outra parte sobre o Brasil é relativa a Emerson Fittipaldi, que surge como peça-chave para que Hunt seja contratado pela McLaren, após sua decisão de ir para a brasuca Copersucar.
Mas estas questões de equipes, circuitos e nomes de pilotos são menores no filme. O que vale é a rivalidade a 200 quilômetros por hora. Não é tarefa para fracos.
Rush – No Limite da Emoção / Rush
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2013
Duração: 123 min.
Gênero: Esporte / Ação
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Natalie Dormer, Olivia Wilde, Tom Wlaschiha, Rebecca Ferdinando, Alexandra Maria Lara, Joséphine de La Baume, Rain Elwood, Jamie Sives, Pierfrancesco Favino, Julian Seager, Patrick Baladi