Sentidos do Amor
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Esqueça este título mela-cueca. Sentidos do Amor é um filmaço. A ideia não é original, com um toque de Ensaio Sobre a Cegueira (que virou um longa ótimo) e Melancolia (barbaridade de bom). Mas nem por isso deixa de ser diferente, arrebatador. Já deu para perceber que gosto de histórias sobre momentos apocalípticos, não? Adoro! E adorei este.
O longa gira em torno de um chef de cozinha e uma epidemiologista que se encontram no início de uma epidemia global de uma doença que causa a perda de sentidos. O primeiro a deixar a humanidade é o olfato. A perda dos sentidos vem sempre acompanhada de uma reação emocional exacerbada. Assim, o poder de sentir cheiro some após uma amargura extrema.
A médica infectologista Susan é Eva Green e o chef Michael é Ewan McGregor. São personagens com nada em comum, atraídos somente por um incontrolável desejo de estarem juntos. É neste ponto que Sentidos do Amor aproxima-se de Ensaio Sobre a Cegueira e Melancolia, e ao mesmo tempo distancia-se de obras como Contágio. O foco está no dia a dia, nos dois e em seus grupos de relacionamento, abandonando-se as consequências globais da pandemia, que vira mera paisagem. É o casal que traz à tela os sentimentos.
Depois da perda do olfato, o sentido a desaparecer é o paladar, precedendo uma compulsão por comer… qualquer coisa – a última vez em que o mundo sente o gosto de algo. É uma sequência de cenas assustadoras.
O sumiço de os sentidos está à espreita. Que desespero! Mas não no filme. É também o momento de mostrar superação, de quanto os humanos podem se adaptar e, incrivelmente, tocar a vida em frente, dentro do possível.
Fica a imagem antes da perda da visão, com uma cena arrebatadora, digna de todo o longa. É de cair o queixo.
Sentidos do Amor / Perfect Sense
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Gênero: Drama
Duração: 95 min.
Direção: David Mackenzie
Roteiro: Kim Fupz Aakeson
Elenco: Ewan McGregor, Eva Green, Connie Nielsen, Ewen Bremner e Stephen Dillane
Ano: 2011