Sob a Pele
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Sob a Pele é um filme de cenas, de imagens, não de história. Explico: sua beleza está na interpretação aberta que propicia ao espectador, com passagens marcantes, de chamar atenção… mesmo que o roteiro seja aberto demais.
A palavra “cult” pode perfeitamente ser indicada para o longa, baseado no romance homônimo de Michel Faber. Com um toque do suspense de Stanley Kubrick, narra a busca de uma alienígena por matar homens. ET, sim, mas em corpo de mulher. E que corpo, com Scarlett Johansson interpretando.
Explica-se muito pouco. Não há respostas sobre a origem da alien, o motivo de ela só matar humanos do sexo masculino, a predileção por seduzir antes de assassinar. Ela tem um comparsa, e ele tem uma certa ascendência sobre ela, mas não se descobre por que ele não mata, como ela.
O filme deixa mais perguntas que respostas. Mas e daí? O recado é dado, mesmo que seja diferente de uma pessoa para outra.
Por exemplo, percebe-se que toda a força da personagem é perdida a partir do momento em que passa a ter sentimentos humanos. E que o único homem a sobreviver é o que não se vangloria da beleza. Mais: os terráqueos nadam contra a correnteza, passagem sintetizada em uma mulher que tenta sobreviver ao mar. E que cada espectador entenda estes pontos da maneira que achar melhor!
Qualquer interpretação sobre o longa parece mera especulação. Praticamente toda a leitura é permitida. E isso é um mérito para quem busca um ponto de interrogação, não um ponto final ou de exclamação.
Sob a Pele / Under the Skin
CLASSSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2014
Duração: 108 min
Direção: Jonathan Glazer
Elenco: Scarlett Johansson, Paul Branningan, Michael Moreland, Scotte Dymond, Jeremy McWilliams e Kryštof Hádek
Gênero: Suspense
