Soberano – Seis Vezes São Paulo

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Esgotados os 90 minutos regulamentares de “Soberano – Seis Vezes São Paulo”, o torcedor do maior time de futebol do mundo… ops… ok, vou me controlar… o torcedor do São Paulo Futebol Clube tem todos os motivos para deixar o cinema com um sorriso nos lábios, orgulho no peito e, provavelmente, lágrimas nos olhos.
Feito por são-paulinos (Gustavo Ioschpe, o colunista de educação da Veja, e o titã Nando Reis, por exemplo), com apenas personagens são-paulinos e voltado especificamente para são-paulinos, o filme agrada muito. Será que é porque sou são-paulino? Claro!!! Quem é torcedor de outro clube, esqueça, pois vai ficar com raiva. Mas quem tem as cores tricolores no coração vai se deliciar.
O grande êxito do filme é agarrar-se a dois ganchos: como o futebol pode mudar a vida das pessoas e a hereditariedade. Explico: a cada conquista – são “apenas” seis – um torcedor tem sua vida contada, relatando como o futebol agiu em determinada fase dela. Há mais depoimentos, mas um central pontua cada título do Campeonato Brasileiro. A hereditariedade é mostrada ao longo da trama e no fim tem seu auge: de pai para filho, de avô para filha, de irmão para irmão, todos são são-paulinos… esta é a hora de, se for o caso, chorar (vi vários assim na sala de cinema – e tem um personagem do filme que chora em todas as cenas).
Mas tem mais. As seis conquistas tricolores são recuperadas por meio de imagens e narrações da época e de entrevistas com alguns de seus personagens. De 1977 surgem o técnico Rubens Minelli, o então jogador Muricy Ramalho e o lendário goleiro Waldir Peres. Para falar de 1986 há o centroavante Careca e o zagueiro Daryo Pereira. Sobre 1991, ano do único título nacional do time com Telê Santana no comando, fala – óbvio – o meia Raí – e Telê tem uma entrevista no Roda Vida, da TV Cultura, muito bem recuperada. E sobre 2006, 2007 e 2008 volta a falar Muricy, agora como técnico, acompanhado do goleiro Rogério Ceni e do zagueiro André Dias.
Além da emoção, há passagens hilariantes, contadas especialmente por Muricy e Raí. Outro aspecto interessante é o uso de narrações radiofônicas para acompanhar algumas das imagens. Quem tem ao menos 35 anos certamente vai gostar de ouvir as vozes de Fiori Gigliotti e Osmar Santos acopladas a lances memoráveis. Ah, e os mais velhos ainda? Ficarão vidrados às imagens mais antigas, dos ídolos do passado.
Há falhas? Sim, uma principalmente. A obra segue à risca a proposta do título e praticamente ignora outras grandes conquistas do São Paulo, incluindo as maiores, os tricampeonatos da Libertadores e do Mundial Interclubes. Poderiam ter sido incluídas, afinal o torcedor tricolor já é soberano no Campeonato Brasileiro e gosta mesmo é de Mundial. Mas tudo bem, isso dá brecha para um novo filme.
Torcedor do São Paulo, vá ver uma, duas, três vezes. Quem ainda nada viu, mate um pouco da vontade com o trailer. Mas vá ao cinema. Ajeite a cadeira, compre a pipoca e aproveite. Daqui a pouco irei ver de novo!
Soberano
CLASSIFICAÇÃO: (SÃO-PAULINO) PARE TUDO E VÁ VER
Ficha técnica:
Gênero: Documentário
Duração:90 min.
Direção: Carlos Nader , Maurício Arruda
Roteiro: Carlos Nader e Maurício Arruda
Produção: Gustavo Ioschpe
Música: Nando Reis, Luiz Macedo e Thiago Chassereaux
Fotografia: Luiz Miyasaka e Rodrigo Menck
Edição: Gustavo Mello
Fico orgulhosa ao ver o alto nível dos filmes postados nesse blog. É bom saber que os colegas apreciam o que é bom. Ainda não vi. Mas verei e volto para comentar como achei fantástico. Determinadas obras já nascem "de arte" e tudo que envolve o tricolor já tem a marca do sucesso. Emocionada…. Rs.
Seria bom recomendar às redes de cinema que dessem lencinhos para os espectadores.
Danilo Vicente, ainda bem que vc escreve bem!
George, tô dentro. Ah, e tem de levar pai, irmão, primo, amigo e afins… vão gostar.
Abs.
Ué, o nome não era Absoluta???????? hehehehe
Bom texto, péssima escolha!!
Beijos palmeirenses
Até o fim desta semana, vou ver (pela primeira vez)!
Já vi, mas podemos marcar uma sessão com os companheiros de estádio, que tal ?
Fico no aguardo.
George