Spartacus
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Sou fã de Stanley Kubrick. Já havia assistido a quase todos os seus filmes. Faltava este, o mais renegado por ele, porém um megassucesso, a produção que escapa de sua linha de filmes. Spartacus.
Há muito a se falar, ou escrever, sobre Spartacus. Talvez a mais interessante história não seja ligada diretamente a Kubrick. Em 19 de outubro de 1960, data da estreia do longa, o nome de Dalton Trumbo voltou a Hollywood. Quem assistiu a Trumbo – Lista Negra sabe do que se trata.
Devido ao empenho de Kirk Douglas, produtor e protagonista de Spartacus, foi colocado nos créditos da superprodução o nome de seu verdadeiro roteirista, Trumbo, oculto até então em pseudônimos por causa da hipocrisia do macartismo então instalado na indústria do cinema.
Kirk Douglas publicou em 2012 o livro “I am Spartacus! Making a Film, Breaking the Blacklist”, em que conta pérolas da produção, desde as violentas grosserias de Stanley Kubrick por não ter todo o controle do filme à censura de uma cena homossexual entre Crasso (Laurence Olivier) e seu escravo Antoninus (Tony Curtis), na qual Olivier tenta seduzir Curtis.
Estas histórias são melhores que o filme. Spartacus conta a saga do escravo que lidera uma revolta contra a toda poderosa Roma.
Com 3 horas e 18 minutos, pode ser chamado de épico – une a duração e o tema comuns a esta descrição. No Oscar de 1961 venceu nas categorias de Ator Coadjuvante (Peter Ustinov), Direção de Arte Colorida, Fotografia Colorida e Figurino Colorido. Ainda foi indicado em Edição e Trilha Sonora de Drama ou Comédia. Mas não empolga. Kubrick relatou que entrou no projeto já iniciado e que pouco pode fazer.
As duas grandes falhas são a escalação de Jean Simmons, muito ruim na interpretação, e, sim, a direção de Kubrick: há um erro logo no início ao se colocar um manequim como estes de vitrine para treino dos gladiadores. De plástico, Kubrick? Mil anos antes de Jesus Cristo?
As mais de 3 horas são desnecessárias… há uma clara enrolação. É um típico filme de Sessão da Tarde, longe da genialidade do diretor de Laranja Mecânica e Dr. Fantástico.
Se quiser saber sobre os melhores de Kubrick, abaixo vão links com nossos textos.
- Barry Lyndon
- Laranja Mecânica
- Dr. Fantástico
- A Morte Passou por Perto
- Glória Feita de Sangue
- O Grande Golpe
Spartacus
CLASSIFICAÇÃO: ESPERE A SESSÃO DA TARDE
Ficha técnica:
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Peter Ustinov, John Gavin, Jean Simmons, Charles Laughton e Tony Curtis
Roteiro: Dalton Trumbo, Peter Ustinov e Calder Willingham
Ano: 1960
Duração: 198 min.
Gênero: Aventura
