Star Trek – Além da Escuridão

Star Trek – Além da Escuridão

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Enrolei mais de um ano para escrever sobre Star Trek – Além da Escuridão. Motivo: sempre quis traçar linhas diferentes sobre este filme. Sou fã de Jornada nas Estrelas, a série cinematográfica. Vi todos os longas originais. E passei a assistir aos mais novos de J. J. Abrams – este e o Star Trek anterior. Agora resolvi bater no teclado e colocar logo as letras no blog, já que é melhor recomenda-lo do que burilar um texto e jamais escrevê-lo.

Antes de tudo, uma ponderação. Os fãs da série devem muito a Abrams e à Paramount, pois antes da retomada Jornada nas Estrelas era motivo de chacota. A Paramount apostou no diretor para o trabalho, em 2009. A ressureição veio de forma brilhante, trouxe este segundo filme – e devemos ter o terceiro.

Dito isso, vamos ao filme, que é muito bom… mas tem falhas. O melhor ponto é o vilão John Harrison, vivido por Benedict Cumberbatch. Ele é a ligação com a série original. E que ligação irada (trocadilho aí, hein)! Todo fã, arrisco, vibra com a presença do personagem. Ele surge como um ex-Frota Estelar (os bonzinhos), tentando se vingar, sempre irado (fãs, de novo o trocadilho, sem spoiler!).

Outra ligação: Carol Marcus (Alice Eve) aparece do nada… e percebe-se que terá ligação com o capitão James Tiberius Kirk. Demais! Mas aí também está um exemplo de falha. A moça não precisava aparecer de lingerie – fora de contexto. E sua participação restringe-se a umas passagens só para que os fãs vibrem.

O roteiro tem furos enormes. Entre eles, o vilão se teletransportar da Terra para um planeta dentro do império Klingon, a sabe-se lá quantos anos-luz de distância! Se é possível isso, pra que existem as naves? Nunca na série original esta distância foi possível – e os novos filmes são reboots, ou seja, se passam anos antes.

Mais: o Doutor McCoy descobre o segredo da vida eterna, mas depois ninguém fala disso! E como ele está de escanteio! O trio Kirk, Spock e McCoy vira uma dupla com um auxiliar a tiracolo. E fica muito fácil solucionar o problema quando Spock jovem pede ajuda ao Spock velho, o do futuro, para matar o vilão.

Mas chega de falar dos pontos negativos. O filme é entretenimento de primeira. As cenas de ação estão entre as melhores já produzidas para o cinema. Os atores mandam bem – Chris Pine (Kirk), Zachary Quinto (Spock), Karl Urban (McCoy) e Benedict Cumberbatch honram seus colegas que antes interpretaram os mesmos nomes. E, o mais importante, J. J. Abram foi cuidadoso com os fãs.

Para quem está neste grupo, prestar atenção aos detalhes é regra. Tomo emprestado do blog Judão algumas curiosidades, me segurando para evitar spoilers. Lá há muitas e muitos, a maioria interessante.

CURIOSIDADES

1ª Diretriz
Um dos assuntos principais do começo do filme é a tal “1ª Diretriz”. Durante a série e filmes de Jornada nas Estrelas é definido que povos só podem ter contato com vida de outros planetas após alcançarem a tecnologia que permite a velocidade de dobra. É um conceito dos vulcanos, os primeiros aliens a chegar à Terra, que acabou sendo adotado pela Federação dos Planetas Unidos. É permitido apenas que a Frota acompanhe como observadora a evolução desses povos, sem intervir. Porém, Spock resolve ajudar os habitantes de Nibiru – provavelmente ainda abalado pela destruição de Vulcano.

Necessidades de muitos superam as necessidades de poucos 
Essa frase é clássica. Em Star Trek – Além da Escuridão, Spock fala isso ao ver que está prestes a morrer no vulcão de Nibiru. Na lógica dele, é melhor morrer do que revelar a existência de aliens para aquele povo ainda atrasado, o que atrapalharia a evolução deles. Originalmente, “as necessidades de muitos superam as necessidades de poucos – ou de um” é dito por Spock, em Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan, quando ele invade a sala do reator da Enterprise para restabelecer a força dos propulsores de dobra. Ele diz isso ao explicar porque colocou a vida em risco.

Missão de cinco anos
A motivação da série original é justamente a “missão de cinco anos”, “audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve”. No novo filme, a tal missão de cinco anos é citada duas vezes. No começo, Kirk acha que vai recebê-la, o que efetivamente acontece no final. Dá pra dizer que Star Trek- Além da Escuridão acaba justamente onde a série original começa. Pelo menos até agora…


Carol Marcus (e o filho)
Eventualmente descobrimos que a nova oficial de Ciências da Enterprise é Carol Marcus. A personagem apareceu pela primeira vez em Jornada nas Estrelas II, quando é estabelecido que ela conheceu Kirk ainda jovem. Os dois tiveram um filho, David — que o capitão da Enterprise não conhecia.

Christine Chapel
Carol Marcus cita rapidamente que a enfermeira Christine Chapel teve um envolvimento com Jim Kirk na época da academia, algo que, claro, ele não lembra. Chapel é um dos personagens da série clássica, tendo trabalhado na enfermaria da Enterprise


Sulu capitão
Uma brincadeira do filme que só os fãs conseguem entender. Existem algumas piadas sobre Sulu, o oriental da tripulação, se tornar no futuro um “ótimo capitão”. Isso realmente acontece na cronologia clássica, já que ele assume o comando da nave estelar USS Excelsior, que ajuda a Enterprise.


Kirk se sacrificando, tal qual o Spock
Outra troca de papeis. Em Jornada nas Estrelas II é Spock que se sacrifica para salvar a Enterprise. Em Além da Escuridão, é o Kirk que faz isso.


Diálogo entre Kirk e Spock
O diálogo entre Kirk e Spock após o sacrifício do capitão é bem parecido com aquele visto em A Ira de Khan. Em cada filme, basicamente um diz para o outro: “fiz o que você faria”.

Grito
Não poderia faltar. No mais recente longa, Spock grita o nome do vilão a plenos pulmões. Em Jornada nas Estrelas II, Kirk dá o tal grito após ser preso por Khan em um planetoide.




Star Trek – Além da Escuridão / Into the Darkness 


CLASSIFICAÇÃO: DUCA


Ficha técnica:
Ano: 2013
Duração: 133 min
Direção: J. J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman, Damon Lindelof
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, Simon Pegg, John Cho, Benedict Cumberbatch, Anton Yelchin, Bruce Greenwood
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof
Gênero: Ficção Científica

Categorias: Ficção

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