Trainspotting – Sem Limites
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“O filme mostra uso de heroína, resultando em depravação, linguagem suja, sexo, nudez e alguma violência”. O alerta do departamento de classificação de filmes nos Estados Unidos, de 1996, acerta na mosca. Trainspotting – Sem Limites é tudo isso. Mas não necessariamente “depravação, linguagem suja, sexo, nudez e alguma violência” são negativos.
Trainspotting é baseado no livro homônimo do escocês Irvine Welsh, um retrato dos 1980 que ressalta o direito de escolher. “Escolher a vida, um emprego, uma carreira. Escolher uma televisão de muitas polegadas, o futuro, a comida barata em uma casa miserável” são as duas primeiras frases do filme, com o personagem Renton (vivido por um Ewan McGregor novinho), o alter ego de Welsh.
Optar pelo vício em heroína, outra escolha da juventude que o filme passa logo a explorar. Renton e seus colegas (não se pode dizer que sejam amigos) Spud, Sick Boy, Diane e Tommy, companheiros de vício, têm apenas uma preocupação: viver o dia. É a escolha deles.
Proibido aqui e ali em 1996 e nos anos seguintes (no Brasil houve tentativas em nome da “moralidade”), Trainspotting incomoda menos agora. As cenas clássicas, ótimas, continuam clássicas, como a da privada ou a da morte do bebê. E a abstinência de Renton é quase sentida do outro lado da tela. Porém, falta o “susto” que 20 anos deixam mais brando.
Como a rotina dos personagens em uma Edimburgo vista do chão pode incentivar algo? Trainspotting pode até dar gás à rebeldia. Mas que mal há nisso?
Trainspotting – Sem Limites / Trainspotting
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 1996
Direção: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor, Ewen Bremner, Robert Carlyle,
Ewen Bremner e Kelly Macdonald
Duração: 94 min.
Gênero: Drama
Roteiro: John Hodge