Outro dia escrevi aqui sobre Porto, o quinto filme do diretor sueco Ingmar Bergman. É ruim. Aí em seguida vi O Sétimo Selo, tido como sua grande obra. É melhor, médio. Como de um para o outro a avaliação avançou, resolvi tentar Um Barco para a Índia. Barbaridade. É o pior dos três!
Terceiro de Bergman, de 1947, este conta a vida de Johannes, que se apaixona por Sally, amante de seu pai, Alexander. Começa um triângulo amoroso. E a rivalidade entre pai e filho aflora (Bergman nunca escondeu as desavenças com o pai, um autoritário pastor luterano).
O nome é por que Alexander resolve levar a amante para uma volta ao mundo (imagino, pois Índia nem é citada no filme!) após descobrir que ficará cego, com o filho e a esposa a tiracolo.
Bergman gostava de uma praia e do mar. Nos três filmes estes dois elementos aparecem – em dois são cruciais. Como em Porto, a cada cena Um Barco para a Índia – baseado na peça de Martin Söderhjelm – tenta forçar no drama, mesmo sem motivo, com interpretações péssimas (as cenas de briga, então… horrendas).
A lenda conta que, sistematicamente autocrítico, o diretor sueco não ousou, pelo menos até 1968, rever Um Barco para a Índia. Ponto para ele por isso. O filme, fracasso de bilheteria, vale pela curiosidade. Somente.
Um Barco para a Índia / Skepp Till Indialand
CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL
Ficha técnica:
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Elenco: Holger Löwenadler, Anna Lindahl, Birger Malmsten, Gertrud Fridh, Naemi Briese, Hjördis Petterson, Lasse Krantz, Jan Molander, Erik Hell e Åke Fridell
Duração: 92 min.
Gênero: Drama
Anderson, é verdade. Os sucessos de bilheteria não significam muito mesmo. Mas não disse que ele é ruim porque foi um fracasso de bilheteria. Apenas foi um fracasso de bilheteria, uma constatação.
"Anônimo", há uma bela diferença entre entender e sentir. Talvez não tenha os dois… talvez apenas sinta. E senti que o filme é um horror. Eu e Bergman, pelo menos na lenda.
Ainda bem que é intitulado: "Não Entende, mas Comenta!" Quando entender (sentir) quem sabe vai gostar…. Comentário de quem não sente (e é sincero) expressa essa dor. Parabéns!
Indendente da atuação, o filme tem alguns elementos psicológicos interessantes. A cena em que o pai tenta matar o filho não é uma cena qualquer, de fácil construção, presente em um filme "ruim". Acho que nesse filme o Bergman que conhecemos começa a aparecer.
Obs: Desde de quando sucesso de bilheteria siginifica alguma coisa?
É ruim sim, mas é engraçado também (rir das cenas forçadas). Não dá para acertar em tudo. rs…