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Nonsense é um estrangeirismo que define o filme Wrong. Mas não há só essa palavra: há adjetivos demais, em língua portuguesa mesmo, para a obra do diretor francês Quentin Dupieux, todos, acredito, pejorativos.
Como o próprio título indica, Wrong ironiza o errado (wrong em inglês) comportamento da vida moderna: o apego que as pessoas têm mais com bichos do que com gente. Mas se fosse só isso o longa seria ótimo! Não é.
Dupieux inverte o sentido de tudo o que se passa ao redor de Dolph, o protagonista, um desempregado que continua indo ao escritório mesmo após sua demissão. O jardineiro que ele contrata não é mexicano, mas francês; na agência de turismo só chove entre as paredes; o bombeiro ignora um incêndio, assistido por policiais. Mas não há sentido nas inversões. Qual o motivo de chover dentro do escritório? Só ser nonsense. Nada mais.
É o segundo filme de Dupieux. Rubber, o primeiro, é sobre um pneu com poderes telepáticos que acorda subitamente e começa a assassinar todos que encontra pela frente. Não dá, né? Só se for muito surpreendente!
Jack Plotnick, que participou de Rubber, é o ator principal de Wrong. É um sósia de Sean Penn, na fase bigode. Coitado, nem dá para esperar uma interpretação marcante em um filme como este. E pior que há uma espécie de continuação: Wrong Cops.
Wrong
CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!
Ficha técnica:
Ano: 2012
Duração: 94 min.
Gênero: Comédia
Direção: Quentin Dupieux
Roteiro: Quentin Dupieux
Elenco: Jack Plotnick, Eric Judor, Alexis Dziena, William Fichtner, Steve Little, Regan Burns, Mark Burnham e Arden Myrin
