15h17 – Trem para Paris

15h17 – Trem para Paris

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1.5 out of 5
NEM A PAU, JUVENAL!

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Clint Eastwood perdeu a mão! O que houve com o diretor de Menina de Ouro, Gran Torino, Os Imperdoáveis, Além da Vida, Invictus, Sully – O Herói do Rio Hudson, Sniper Americano, Sobre Meninos e Lobos, Cartas de Iwo Jima, As Pontes de Madison, Os Imperdoáveis? Os exemplos não param por aí, sempre bons ou ótimos. Mas definitivamente 15h17 – Trem para Paris é de seus piores filmes, senão o pior (ele já errou, como em Curvas da Vida, mas não deste jeito).

Que propaganda enganosa. A premissa é ótima (assim como o trailer, que me convenceu a ir ao cinema). A obra adapta o evento real em que três americanos, de férias na Europa, evitam um atentado no trem do título. Lá vem tensão, pensei eu. Que nada! Eastwood e a estreante em roteiro Dorothy Bliyskal (com muita culpa no cartório) optam por flashbacks enormes para contar a infância e a juventude do trio, amigos desde a escola. A ação no trem, o mais importante, toma escassos minutos da trama.

O pior é quando as cenas mostram os três pela Europa, antes do fatídico embarque no trem. O que são as cenas, uma atrás da outra, deles comendo, bebendo e se divertindo pelas capitais, sem qualquer objetivo, com um entra e sai de personagens terciários, quaternários, que nada acrescentam ao enredo?

Acredite, parece um filme b de má qualidade (pois há filmes em “estilo b” que são ótimos), daqueles que passam na TV Bandeirantes de madrugada (sem o erotismo).

O fato mais interessante do filme está, digamos, fora dele. Depois de procurar atores para os três papéis principais, sem sucesso, Eastwood inovou e colocou os três americanos que salvaram o trem – Alek Skarlatos, Spencer Stone e Anthony Sadler – para interpretar a si mesmos.

A artimanha, até que bem pensada do ponto de vista de divulgação do longa, resulta em interpretações fracas. Uma pena.

E tem mais: Eastwood tem filmes incríveis sobre o armamento nos Estados Unidos, tratados por ele sempre como um fato consumado. Mas este tem o tema sem qualquer objetivo. Ainda há uma ode ao exército fora de propósito, sem cabimento (talvez só para os americanos, mais ligados ao assunto e acostumados a ver soldados como heróis).

Quando enfim chega a cena do trem – obviamente a melhor do filme, que Eastwood comanda com o vigor que o momento pede -, o leite já está derramado e a oportunidade, perdida.

 

15h17 – Trem para Paris / The 15:17 to Paris

CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!

Ficha técnica:
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Dorothy Blyskal
Elenco: Alek Skarlatos, Spencer Stone e Anthony Sadler, Judy Greer,, Jenna Fischer e P.J. Byrne
Ano: 2018
Duração: 94 min.
Gênero: Drama

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