Agnus Dei

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Agnus Dei é filme obrigatório para este bando de machistas que justificam estupros. Alguns homens (das cavernas, mas hoje entre nós) preferem culpar a vítima, seja pela roupa ou por qualquer outro motivo. Mas e uma dezena de freias enclausuradas, mais recatadas impossível, estupradas por soltados russos?
Assim começa o filme, em dezembro de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Uma médica francesa descobre freiras grávidas. E logo uma delas não consegue segurar a aflição e conta o motivo.
Dirigido por Anne Fontaine (do ótimo Coco Antes de Channel), o longa traz luzes frias, enquadramentos clássicos e estáticos, ritmo contemplativo. Não há único floreio estético. É assim que o espectador é enredado pela trama. Lento, cena a cena o filme mostra a situação de uma, duas, sete, 10, 12 freiras. A cultura do estupro é cutucada com toda categoria por Fontaine.
O pecado do filme, sem trocadilho, é a salvação no momento final. Aliás, o título em português, que significa Cordeiro de Deus, é um tanto complicado em comparação ao original Les Innocentes.
A que ponto pode chegar a ignorância humana? Fundo, muito fundo. O longa aponta o estupro como instrumento de dominação, como arma de guerra. Põe o dedo na ferida.
Agnus Dei / Les Innocentes
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Gênero: Drama
Ano: 2016
Duração: 115 min.
Direção: Anne Fontaine
Elenco: Lou de Laâge, Vincent Macaigne, Agata Buzek e Agata Kulesza