A Chave de Sarah
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Entre sete mil e treze mil pessoas – judeus franceses – arrancados de suas residências e jogados no velódromo de Paris. Segunda Guerra Mundial. A França colabora com a Alemanha nazista. O episódio já resultou em um filme muito bom, Amor e Ódio, com Jean Reno. Agora volta com A Chave de Sarah. É um bom filme, mas peca por criar uma história que confunde passado e presente.
Norte-americana radicada em Paris, a jornalista Julia Jarmond (Kristin Scott Thomas) começa a pesquisar a tragédia do velódromo, ocorrida em julho de 1942. Homens, mulheres e crianças foram amontoados na pista de bicicletas. Alguns se suicidaram ali mesmo, outros foram mortos tentando fugir. Os demais foram enviados a campos de concentração como Drancy e Auschwitz. Poucos voltaram.
Logo a jornalista descobre a história de Sarah, uma menina que, no tumulto dos policiais levando sua família, esconde o irmão menor dentro de um armário. Ela percebe que o menino poderá ficar um longo tempo lá preso e começa a tentar escapar para, com sua chave, abrir o armário.
O filme tem mais qualidade que defeitos. O espectador descobre, junto com Julia, o destino de Sarah e sua família. O contexto é uma França que não tem noção da atitude vergonhosa que está tomando, a qual o presidente Jacques Chirac rompeu o silêncio em um discurso de julho de 1995 (retratado no longa). Kristin Scott Thomas é um ponto positivo. Sua interpretação da jornalista é cativante. Mas o roteiro peca em partir de uma ficção – a história da menina – para abordar uma situação real. Fica pouco crível o interesse da jornalista em descobrir os fatos mais de 50 anos depois. Dá um trabalho absurdo.
No fim, ao descobrir o destino de Sarah e sua família, o filme chega a colocar um pé no romance. E aí perde-se o drama. Fica como uma boa opção de filme, mas poderia ser melhor.
A Chave de Sarah / Elle s’appelait Sarah
CLASSSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Direção: Gilles Paquet-Brenner
Roteiro: Gilles Paquet-Brenner
Elenco: Kristin Scott Thomas, Mélusine Mayance, Niels Arestrup, Frédéric Pierrot e Aidan Quinn
Ano: 2011
Duração: 111 min.
Gênero: Drama
