A Ovelha Negra
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O cinema da Islândia não é comum aqui no Brasil. É incomum, aliás, em todo o mundo. Mas é de lá que chega A Ovelha Negra, um raro exemplar de filme de qualidade.
O gélido país tem uma característica peculiar: tem mais ovelhas do que humanos. São cerca de 800 mil animais para 320 mil pessoas. Por lá, elas têm status de melhor amigo do homem.
A Ovelha Negra parte desta relação diferente para mostrar uma desgraça na pequena cidade de Bolstad. Após o campeonato para eleger a melhor ovelha local, o segundo colocado levanta suspeita de que a ovelha campeã (de pelo preto) está com Scrapie, uma doença que ataca o cérebro e a medula espinhal – uma espécie de “vaca louca das ovelhas”.
Todo o rebanho local precisa ser sacrificado, inclusive os dos irmãos Gummi (Sigurdur Sigurjónsson) e Kiddi (Theodór Júlíusson), que não se falam há 40 anos.
Kiddi, por sinal, é o campeão do torneio das ovelhas. E Gummi, o segundo colocado… e denunciante da doença letal.
O motivo da briga entre os irmãos jamais é esclarecido, um segredo que joga a favor do mistério do filme. Enquanto os outros criadores desistem de lutar contra a matança das ovelhas, o pacato Gummi e o bélico Kiddi decidem resistir, cada qual a seu modo.
O longa foi ovacionado por dez minutos após a primeira projeção no Festival de Cannes 2015 e ganhou o prêmio principal da mostra Um Certo Olhar.
Um belo fim fecha com chave de ouro o enredo que se desenrola sem pressa, mas nem por isso sem pretensão.
A Ovelha Negra / Hrútar
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2016
Duração: 92 min.
Direção: Grímur Hákonarson
Elenco: Sigurður Sigurjónsson, Theodór Júlíusson e Charlotte Bøving
Gênero: Drama