A Vida Imortal de Henrietta Lacks
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O pós-vida de Henrietta Lacks é uma das histórias mais incríveis que o cinema pode retratar. Nada de espiritualidade. É o inverso, digamos. É pura ciência. Pena que A Vida Imortal de Henrietta Lacks se apegue ao que menos interessa ao espectador: sua vida.
Longe de mim menosprezar a vida de alguém. Porém, Henrietta Lacks é a “doadora” das chamadas células Hela, que se multiplicam infinitamente e, por isso, viraram base para muito do que há de moderno em pesquisa científica nas últimas décadas: por exemplo, vacinas contra a poliomielite e contra o vírus HPV e medicamentos para tratamento de câncer, Aids e Parkinson.
Baseado no best-seller homônimo de Rebecca Skloot, o filme promete muito, mas entrega quase nada. Tem um bando de personagens bobos, da escritora interpretada por Rose Byrne até os filhos de Henrietta, incluindo Deborah Lacks, vivida por Oprah Winfrey (também produtora do longa).
A interpretação de Rose Byrne é tacanha. Vive uma escritora iniciante perdida nas loucuras da família Lacks. Parece uma barata tonta em meio a tanto personagem.
O ponto mais interessante seria a falta de honestidade do Hospital John Hopkins com a família. A família da “doadora” jamais recebeu qualquer compensação moral ou financeira pelo uso das células de Henrietta. E as aspas em “doadora” é porque jamais Henrietta topou doar suas células, retiradas sem consentimento após sua morte. Mas mesmo isso se perde a caras e bocas de Oprah Winfrey e seus colegas.
Não preciso aqui defender o quão importante é Oprah para o mundo. Entretanto, neste filme ela erra feio.
Que pena que uma história tão interessante fique de lado e tente-se transformar uma personagem comum em vida em alguém que não foi.
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A Vida Imortal de Henrietta Lacks / The Immortal Life of Henrietta Lacks
CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!
Ficha técnica:
Ano: 2017
Duração: 93 min.
Gênero: Drama
Direção: George C. Wolfe
Elenco: Rose Byrne, Oprah Winfrey e Kyanna Simone Simpson