Abraços Partidos
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Gosto dos filmes de Pedro Almodóvar. Suas cores, seus personagens pitorescos, seus dramas incomuns… enfim, suas histórias inusitadas. Ah, e sua musa Penépole Cruz. Parece-me engraçado que ela tenha ganho seu primeiro, e até agora único, Oscar com um filme de Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona). Foi com Almodóvar que Penélope surgiu e ganhou espaço. Mas foi com o americano que interpretou seu melhor papel, uma louca do bem. Mas isso é outro assunto… É com Almodóvar que ela debuta na interpretação de uma atriz, neste Abraços Partidos.
Penélope é Lena, uma atriz de filmes medíocres que, depois de se tornar companheira de um empresário milionário, seu antigo chefe em 1992, consegue a chance de estrelar Garotas e Malas, a primeira comédia do diretor Mateo Blanco após uma série de dramas. Algo de fatídico aconteceu durante as filmagens, porque quando a trama avança até 2008, ano da morte do marido de Lena, Mateo usa o pseudônimo Harry Cane e está cego, e Lena é apenas uma lembrança.
O personagem Mateo Blanco é interpretado por Lluís Homar, que tem uma incrível semelhança física com Patrick Swayse. Aliás, é uma mistura de Swayse com Kelsey Grammer, o protagonista daquela série Frasier. Homar manda muito bem, em um papel difícil. Ele calmamente toma o filme para si e deixa como secundária Penélope.
Um ponto curioso da obra é o filme dentro do filme. Gosto disso, como gosto de livros dentro de livros. Garotas e Malas, o filme dentro do filme, é um Almodóvar à antiga: releitura kitsch de comédias de relacionamento e de melodramas hollywoodianos dos anos 50. No DVD, vale muito ver os extras, que trazem um final e uma explicação para Garotas e Malas.
Já Abraços Partidos é, assim posso dizer?, um Almodóvar anos 2000. Sua essência e sua genialidade estão lá. Ah, seus atores preferidos também. Penélope, aliás, está até nua por uns bons segundos. Mas ele tenta “refrescar” os temas, deixa-los mais “palatáveis” ao público.
Um “pecado” deste Abraços Partidos é o inchaço da trama. O que querem dizer as cenas do DJ e das drogas, afinal? Dá a impressão que o filme quer ser mais complexo, sensível e profundo do que de fato é. Ele é simplesmente um Almodóvar. E por isso, mesmo estando longe de ser sua obra-prima, é sempre bom.
Abraços Partidos / Los Abrazos Rotos
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Lluís Homar, Penélope Cruz, Blanca Portillo, José Luis Gómez, Tamar Novas
Duração: 128 min.
Gênero: Drama
Produção: Esther García
Música: Alberto Iglesias
Edição: José Salcedo
O que um feriado faz na pessoa… até concordou comigo!!!rs
E concordamos nesse, eh um Almodovar, o que por si já garante uma boa pedida, mas eh mto lento, falta a união das pontas, porque ele coloca tantas que acaba deixando algumas sem serem unidas no final.