A Árvore da Vida

A Árvore da Vida

Rating

1 out of 5
Nem a pau, Juvenal!

Total

1
1 out of 5

Já vou direto ao ponto: odiei A Árvore da Vida. Quem não viu o filme, acredite – e confira os argumentos. Quem já viu, e ameaça agora parar de ler este texto pensando que nada entendi da obra, insista um pouco, e tenha certeza: percebi todos os sinais religiosos, compreendi as metáforas, achei as imagens lindas e até gostei das atuações. Mas, peneirando toda a pretensão do diretor Terrence Malick, sobra nada de bom.

Trata-se de um filme grandioso, em dois pontos. É grandioso nos 138 minutos, que parecem jamais acabar (há 25 minutos de cenas da criação do mundo. E o que são as cenas de dinossauros?!?!?). E é grandioso na pretensão do diretor. É daqueles filmes que deixam tudo nas entrelinhas, que ensejam reflexão a todo momento, que pretendem ser “o” filme. Acredite, este não é.

Sim, adoradores do filme. O autor deste texto gosta e sabe refletir. O que eu questiono é a forma disso acontecer. O filme não anda! Li inúmeras críticas e a maioria vangloria o fato de o filme pedir uma segunda chance, de ser necessário assistir de novo para entendê-lo. Mas que avaliação é essa? Para mim, se o filme precisa de uma segunda chance, no mínimo, já sai perdendo.

Com dois peso-pesados do cinema mundial – Brad Pitt e Sean Penn -, A Árvora da Vida teria repercussão muito menor sem eles. Aliás, Pitt vai muito bem e consegue passar o amor que sente pelos filhos apesar da rigidez como pai. Mas é incrível como Sean Penn aceitou fazer um papel tão ridículo quanto o de filho de Pitt – já adulto, claro. Penn disse, após o lançamento, que até hoje não entendeu o que era o seu papel. Nem ele, nem eu, nem meio planeta Terra! Aparece poucas vezes, não fala (se fala, é pouco, garanto) e não “encaixa”. Pena.

A história é a de uma família nos anos 1950. São três meninos, com um pai rígido e uma mãe amorosa. Pai e mãe não se falam – jamais. Mas não há um clima de guerra na casa. Há, sim, uma animosidade gerada pelo pai, que parece não saber outra forma de cuidar dos filhos. Quem conta o que se passa é o filho mais velho, já adulto. É a morte em família que dá a largada às lembranças.

Contando assim parece até que vem algo bom pela frente. Esqueça.

Terrence Malick é um cara recluso. Surgiu em 1973 com o filme Terra de Ninguém. Mesmo com a fama, esperou cinco anos pelo segundo filme, Cinzas no Paraíso. Vinte anos depois (!!!) voltou com Além da Linha Vermelha. Em 2005 lançou O Novo Mundo. E agora este. No Festival de Cannes, entrou na sala do cinema após as luzes serem apagadas – e saiu antes do fim da apresentação. Não gosta de tirar fotos. Não dá entrevista. Parece-me que gosta de manter uma aura de “especial”, ideia que ele tenta implantar neste filme.

O que importa é que o filme pretensiosamente tenta encontrar o segredo da vida. Fica longe disso. É construído para que deixe a sensação de “iluminação” aos que gostaram, e que propicie um sentimento de culpa a quem não gostou. Comigo, não, Malick. Não gostei e não sinto qualquer culpa por isso.


A Árvore da Vida / The Tree os Life

CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!

Ficha técnica:

Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain e Fiona Shaw
Duração: 138 min.
Gênero: Drama
Ano: 2011
Produção: Dede Gardner, Brad Pitt, Sarah Green, Grant Hill e William Pohlad
Música: Alexandre Desplat

Categorias: Drama

Sobre o Autor

Comentários

  1. Marcelo
    Marcelo 21 abril, 2012, 18:03

    olha, eu não odiei, mas tb não amei… entendi a idéia do diretor em contrapor a graça x natureza e fazer um paralelo da história da vida do cara com a história do planeta. o problema foi a pretensão. nada contra a pretensão em si, mas a obra precisa corresponder à ela, o que não foi o caso. tome como exemplo 2001, não tem filme mais pretensioso, mas corresponde, um dos motivos pelos quais é um filmaço

  2. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 1 março, 2012, 18:03

    Velma, este texto ficou bom devido à raiva em assistir ao filme!rs Quando entrou a decisão de Melhor Filme no Oscar, falei: "se A Árvore da Vida ganhar, nunca mais assinto ao Oscar". E falei sério! Ruim demais…

  3. Velma Gregório
    Velma Gregório 1 março, 2012, 15:36

    Opa, adorei o texto, me identifiquei total e completamente. Filminho ruim da moléstia.Assisti com meu marido e minha mãe. A gente insistiu até o final para ver se em algum momento alguma coisa aconteceria. Nadá, é claro. Se eu fosse da Academia, teria vergonha de indicar esse filme a qualquer coisa. Até o Brad Pitt lindo, maravilhoso, salve, salve, foi de nada a lugar nenhum. Devia ter vindo aqui antes de assistir.
    Beijo

  4. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 27 janeiro, 2012, 02:37

    Diana, é ruim demais. Uma barbaridade.

  5. Diana Medeiros
    Diana Medeiros 26 janeiro, 2012, 00:03

    Vim escrever sobre o filme. Não sabia se já tinham escrito aqui. Entrei no blog enquanto conversava com a Talita e explicava para ela os motivos pelos quais eu não gostei. Impressionante! Você escreveu exatamente a crítica que eu tinha na cabeça. Que filme é esse, meu Deus?

  6. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 5 janeiro, 2012, 17:58

    Obrigado, de novo. É ruim demais mesmo!

  7. Anônimo
    Anônimo 4 janeiro, 2012, 23:07

    Parabens mesmoo danilo pelos textos … Bom mas o filme A Arvore da vida " eu vi os primeiros 30 minutos e ja odieiiii viuuu … ruimm demaisss … muitooo fracooo ………

  8. Angélica Vilela
    Angélica Vilela 28 dezembro, 2011, 19:29

    Apesar de algumas boas partes e alguns temas interessantes, acho que faltou um link melhor para as ideias

  9. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 27 dezembro, 2011, 15:25

    Obrigado, leda!!! Que ótimo que você gostou. Volte mesmo. Estaremos aguardando.

  10. leda
    leda 27 dezembro, 2011, 14:35

    Olha, adorei oa sua forma de escrever! Li quase todos os seus posts rindo e apreciando suas avalições. Meus pARABÉNS. Voltarei sempre.

Escreva um Comentário

Seu endereço de e-mail não será divulgado.
Campos obrigatórios*