A Árvore da Vida
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Já vou direto ao ponto: odiei A Árvore da Vida. Quem não viu o filme, acredite – e confira os argumentos. Quem já viu, e ameaça agora parar de ler este texto pensando que nada entendi da obra, insista um pouco, e tenha certeza: percebi todos os sinais religiosos, compreendi as metáforas, achei as imagens lindas e até gostei das atuações. Mas, peneirando toda a pretensão do diretor Terrence Malick, sobra nada de bom.
Trata-se de um filme grandioso, em dois pontos. É grandioso nos 138 minutos, que parecem jamais acabar (há 25 minutos de cenas da criação do mundo. E o que são as cenas de dinossauros?!?!?). E é grandioso na pretensão do diretor. É daqueles filmes que deixam tudo nas entrelinhas, que ensejam reflexão a todo momento, que pretendem ser “o” filme. Acredite, este não é.
Sim, adoradores do filme. O autor deste texto gosta e sabe refletir. O que eu questiono é a forma disso acontecer. O filme não anda! Li inúmeras críticas e a maioria vangloria o fato de o filme pedir uma segunda chance, de ser necessário assistir de novo para entendê-lo. Mas que avaliação é essa? Para mim, se o filme precisa de uma segunda chance, no mínimo, já sai perdendo.
Com dois peso-pesados do cinema mundial – Brad Pitt e Sean Penn -, A Árvora da Vida teria repercussão muito menor sem eles. Aliás, Pitt vai muito bem e consegue passar o amor que sente pelos filhos apesar da rigidez como pai. Mas é incrível como Sean Penn aceitou fazer um papel tão ridículo quanto o de filho de Pitt – já adulto, claro. Penn disse, após o lançamento, que até hoje não entendeu o que era o seu papel. Nem ele, nem eu, nem meio planeta Terra! Aparece poucas vezes, não fala (se fala, é pouco, garanto) e não “encaixa”. Pena.
A história é a de uma família nos anos 1950. São três meninos, com um pai rígido e uma mãe amorosa. Pai e mãe não se falam – jamais. Mas não há um clima de guerra na casa. Há, sim, uma animosidade gerada pelo pai, que parece não saber outra forma de cuidar dos filhos. Quem conta o que se passa é o filho mais velho, já adulto. É a morte em família que dá a largada às lembranças.
Contando assim parece até que vem algo bom pela frente. Esqueça.
Terrence Malick é um cara recluso. Surgiu em 1973 com o filme Terra de Ninguém. Mesmo com a fama, esperou cinco anos pelo segundo filme, Cinzas no Paraíso. Vinte anos depois (!!!) voltou com Além da Linha Vermelha. Em 2005 lançou O Novo Mundo. E agora este. No Festival de Cannes, entrou na sala do cinema após as luzes serem apagadas – e saiu antes do fim da apresentação. Não gosta de tirar fotos. Não dá entrevista. Parece-me que gosta de manter uma aura de “especial”, ideia que ele tenta implantar neste filme.
O que importa é que o filme pretensiosamente tenta encontrar o segredo da vida. Fica longe disso. É construído para que deixe a sensação de “iluminação” aos que gostaram, e que propicie um sentimento de culpa a quem não gostou. Comigo, não, Malick. Não gostei e não sinto qualquer culpa por isso.
A Árvore da Vida / The Tree os Life
CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!
Ficha técnica:
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain e Fiona Shaw
Duração: 138 min.
Gênero: Drama
Ano: 2011
Produção: Dede Gardner, Brad Pitt, Sarah Green, Grant Hill e William Pohlad
Música: Alexandre Desplat
olha, eu não odiei, mas tb não amei… entendi a idéia do diretor em contrapor a graça x natureza e fazer um paralelo da história da vida do cara com a história do planeta. o problema foi a pretensão. nada contra a pretensão em si, mas a obra precisa corresponder à ela, o que não foi o caso. tome como exemplo 2001, não tem filme mais pretensioso, mas corresponde, um dos motivos pelos quais é um filmaço
Velma, este texto ficou bom devido à raiva em assistir ao filme!rs Quando entrou a decisão de Melhor Filme no Oscar, falei: "se A Árvore da Vida ganhar, nunca mais assinto ao Oscar". E falei sério! Ruim demais…
Opa, adorei o texto, me identifiquei total e completamente. Filminho ruim da moléstia.Assisti com meu marido e minha mãe. A gente insistiu até o final para ver se em algum momento alguma coisa aconteceria. Nadá, é claro. Se eu fosse da Academia, teria vergonha de indicar esse filme a qualquer coisa. Até o Brad Pitt lindo, maravilhoso, salve, salve, foi de nada a lugar nenhum. Devia ter vindo aqui antes de assistir.
Beijo
Diana, é ruim demais. Uma barbaridade.
Vim escrever sobre o filme. Não sabia se já tinham escrito aqui. Entrei no blog enquanto conversava com a Talita e explicava para ela os motivos pelos quais eu não gostei. Impressionante! Você escreveu exatamente a crítica que eu tinha na cabeça. Que filme é esse, meu Deus?
Obrigado, de novo. É ruim demais mesmo!
Parabens mesmoo danilo pelos textos … Bom mas o filme A Arvore da vida " eu vi os primeiros 30 minutos e ja odieiiii viuuu … ruimm demaisss … muitooo fracooo ………
Apesar de algumas boas partes e alguns temas interessantes, acho que faltou um link melhor para as ideias
Obrigado, leda!!! Que ótimo que você gostou. Volte mesmo. Estaremos aguardando.
Olha, adorei oa sua forma de escrever! Li quase todos os seus posts rindo e apreciando suas avalições. Meus pARABÉNS. Voltarei sempre.