Bem-Vindo a Marly-Gomont

Rating
Total
Este é um filme leve. Daqueles franceses que agradam por mostrar uma vida tranquila no interior do país, geralmente com uma família que se muda da cidade grande ou de um outro país e aí precisa de adaptar às características locais. Bem-Vindo a Marly-Gomont é isso, mas com o adendo do preconceito racial.
O ano é 1973. Seyolo Zantoko (Marc Zinga) é um médico recém-formado em universidade francesa, originalmente vindo do Zaire. Para obter a cidadania francesa, aposta em ser médico em um vilarejo pacato no interior francês – Marly-Gomont. Leva a esposa e os dois filhos pequenos a tiracolo. Mas a cidade é preconceituosa.
Mesmo com o tema, o filme é leve. E este é um erro. Trata o racismo como se fosse apenas mais uma característica local, entre outras como a bebedeira no bar local, a disputa política pelo poder e a vida boa no campo. E dá ao protagonista a responsabilidade por mudar a situação, como se ele precisa fazer os locais se “acostumarem” a ter quatro negros na cidade. Romantiza o preconceito, um equívoco.
Além disso, tudo é muito caricato. A família de Seyolo, que sai do Zaire para visita-lo na França como se morasse em uma cidade vizinha, chega sempre fazendo barulho, dançando, cantando. O oposto ao silêncio francês. E a caipirice dos locais é demasiada também.
O que dizer da filha de Seyolo, que joga mais que o Pelé e, por isso, vira centroavante do time masculino da cidade?
Baseado em história real, o filme até vale o ingresso para quem quer relaxar em frente ao televisor. Mas é um típico Sessão da Tarde.
Bem-Vindo a Marly-Gomont / Bienvenue à Marly-Gomont
CLASSIFICAÇÃO: ESPERE A SESSÃO DA TARDE
Ficha técnica:
Ano: 2016
Duração: 96 min.
Direção: Julien Rambaldi
Elenco: Marc Zinga, Aïssa Maïga, Bayron Lebli, Médina Diarra, Rufus, Jonathan Lambert, Jean-Michel Balthazar e Stéphane Bissot
Gênero: Drama
Obrigado pelo comentário, Val.
o filme é ótimo, traz consciência crítica de como é difícil as pessoas aceitarem as diferenças, principalmente sobre a cor da pele, bem emocionante, mostra claramente a influência cultural sobre as crenças que temos ou deixamos de ter, e o quanto é enriquecedor quando as diferenças se unem e formam uma fraternidade