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Bem-Vindos a Marwen é um filme original. “Original” é uma classificação astuta: não necessariamente positiva, nem negativa. Mas nesse caso o que se vê em tela é interessante, favorável.

Mark Hogancamp (Steve Carell em um papel sério, sem comédia) é um ex-ilustrador que teve seu talento e memórias “arrancados na porrada”, como ele mesmo diz. Uma gangue o agrediu na saída de um bar, por puro preconceito. Apaixonado por sapatos femininos, ele calçava um. Depois de escapar da morte, ele passa a investir em fotografia, fazendo registros dos bonecos de uma vila que ele mesmo criou. Trabalho minimalista que alcança sucesso: ele é convidado a uma exposição de fotos.

A vila de seus bonecos se chama Marwen e fica situado no interior da Bélgica, na Segunda Guerra Mundial. O próprio Hogancamp tem um “avatar”, um capitão americano acompanhado por belas bonecas guerreiras e cercado pelas tropas de Adolf Hitler.

No fundo, o que Hogancamp faz com os bonecos é uma terapia, mas ele pouco consegue enxergar para fora da ficção que cria.

A originalidade está na história e na forma que Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro e Forrest Gump) decidiu filmar. Enquanto o protagonista meche com a vila de Marwen, os bonecos ganham vida e o que se vê em tela é uma animação. Quando de volta à realidade, atores retornam.

Ponto negativo é que demora o encaixe entre a ficção criada pelo fotógrafo e a realidade de sua vida. E o espectador passa um bom tempo tentando entender que diabos é esse filme estranho.

Tem também um incômodo gerado pelo excesso de cenas com os bonecos em animação, por vezes sem acrescentar à história.

No fim, um recado importante contra o preconceito. E um jeito diferente de criar um filme.

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Bem-Vindos a Marwen / Welcome to Marwen
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Direção: Robert Zemeckis
Elenco: Steve Carell, Falk Hentschel, Matt O’Leary, Leslie Mann, Janelle Monáe e Leslie Zemeckis
Duração: 116 min.
Gênero: Drama / Animação
Ano: 2018