Creed – Nascido para Lutar

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O primeiro ponto a ser ressaltado sobre Creed, novo filme da franquia Rocky, na prática seu sétimo episódio: este é o momento de dar um Oscar a Sylvester Stallone! É disparada a sua melhor atuação na carreira, já digna do Globo de Ouro recebido há uma semana. Dito isso, vamos ao filme, agora diretamente: é ótimo!
Creed é exemplo de como fazer uma sequência que interesse a fãs e a quem não conhece (ou não liga para) a história anterior. Estou no primeiro time, dos que já assistiram a Rocky Balboa em todos os longas-metragens, muito mais do que uma vez. E saí do cinema feliz. Mas o filme tem roteiro e direção (ambos de Ryan Coogler), com cenas de grudar na cadeira, que interessam a quem procura simplesmente um bom entretenimento.
Em Los Angeles, um menino briguento recebe no reformatório a visita de uma senhora. É Mary Anne, viúva de Apollo “Doutrinador” Creed, ex-campeão mundial de boxe. Adonis é o filho bastardo de Apollo (olha a mitologia grega em ambos os nomes), que passa a ser criado por ela.
Anos mais tarde, já adulto, Adonis larga a riqueza para entrar no mundo do boxe e, assim, dar um fim à orfandade mal resolvida. Vai à Filadélfia atrás dos treinamentos de Rocky Balboa, que disputa com Apollo, entre os críticos, o crédito de melhor de todos os tempos.
Aí já está um ponto interessante. A figura de Apollo é elevada, comparável a Rocky. Aliás, o lutador teria realmente jamais perdido uma luta na carreira, como diz uma lenda de fãs (na revanche contra Rocky ele teria levantado a tempo)? O que importa é que estamos novamente à frente de um boxeador quase amador que se mostra muito bom, mas acima de tudo um trabalhador incansável. Nada de Apollo, né? Mas muito de Rocky Balboa.
O Garanhão Italiano, tocando seu restaurante, não quer virar treinador (de novo). Mas claro que uma hora topa. E se torna uma espécie de Mickey, idoso e sábio. Cai no colo de Adonis uma luta contra o campeão do mundo (opa, mais uma “coincidência” com a história de Balboa), uma homenagem ao respeitável boxe inglês.
As atuações são no ponto certo. Além de Stallone, que varia super bem entre o cômico e o drama, Michael B. Jordan (nada a ver com o jogador de basquete) passa a seriedade necessária a um cara que deseja subir na vida. Tessa Thompson, a cantora que engata um romance com Adonis, completa bem o time principal. É a nova Adrian.
Há planos-sequência muito bons do diretor Ryan Coogler. A segunda luta de Adonis, com dois assaltos encenados sem parada, é de fazer o espectador desviar dos socos.
Há muito mais. Fãs têm boas respostas. Quem ganhou a terceira luta, não oficial, entre Apollo e Rocky? Paulie, o cunhado beberrão, teve qual fim? E o filho de Balboa? O filme dá satisfação.
A namorada de Rocky, que surge no filme anterior (Rocky Balboa), não aparece. Senti falta de Duke, o treinador de Apollo, vivido pelo ator Tony Burton, o único (além de Stallone, claro) a aparecer em todos os seis primeiros longas. Por fim, falta também Rocky no ringue. Obviamente, não dá mais para ele lutar. Mas…
Mas são detalhes que ficam para trás com a história de superação de Adonis. Que venha Creed 2, ou Rocky 8!
Creed – Nascido para Lutar / Creed
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Roteiro: Ryan Coogler e Sylvester Stallone
Direção: Ryan Coogler
Gênero: Ação
Ano: 2016
Duração: 134 min
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Wood Harris, Ritchie Coster, Graham McTavish e Mark Rhino Smith
Finalmente vi o filme e entrei aqui em busca da sua resenha. Não havia lido quando me enviou porque você exagera nos spoilers….Rs.
Sou super fã de Rocky e confesso que estava relutante em assistir, temendo que fosse ruim. Pode ser só melancolia de quem estava acostumada com o velho Tanque Italiano, mas a verdade é que não gostei. Na verdade, achei uma porcaria. Há cenas bacanas (de luta, basicamente), mas é um filme cheio de gente nova, desconhecida. A sensação é que eles invadiram a saga sem serem convidados. Minha vontade era mandar todo mundo embora da academia, do restaurante e, principalmente, jogar o Creed da escadaria de cabeça. Quem diabos ele pensa que é pra subir lá?
Mas a pior parte pra mim é quando tentam recuperar a imagem do Rocky correndo com as crianças e colocam aquele tonto cercado de motos modernosas acelerando atrás dele. O filme pra mim foi um tormento.
É como voltar pra casa em que você foi criada depois de ela ter sido vendida.
Também vou ter de discordar sobre a atuação do Stallone. Tô chata, eu sei. Mas pra mim foi fraca. Até porque o homem não luta. A única coisa que ele faz no ringue é vomitar.
Chorei? Claro, mas se tratando de mim não diz rigorosamente nada. Não sei bem se minha emoção foi por vê-lo tão envelhecido ou se foi apenas raiva daquela gente nada a ver que aparece por lá.
Cadê o filho dele?
Cadê o Duke?
Por fim, a única coisa que dá pra ser dita é que a piada com Silvester Stallone nunca coube tão bem: ele está absolutamente sozinho.
Pra mim Rocky acaba na sexta edição.