Disco Pigs (Cinema Irlandês)

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Já que resolvi passar uma temporada na Irlanda decidi pesquisar e assistir uma série de filmes relacionados à terra dos leprechauns. Me surpreendi com muita coisa interessante, incluindo vencedores da Palma de Ouro de Cannes. Os resultados dessas sessões serãos postados aqui no blog e identificados no título. Espero que gostem.
Disco Pigs é antes de tudo uma história de amor. Mas é também um filme incômodo, ansioso e cheio de tanto desespero que fica difícil compreender a dor de cada personagem. O filme deixa dúvidas e dá margem a interpretações, principalmente por oscilar entre momentos de muita doçura e de violência extrema.
Com os destinos traçados desde a maternidade, dois jovens desenvolvem uma relação de simbiose. Pig (Cillian Murphy) e Runt (Elaine Cassidy) são como duas partes de uma só pessoa. Ele fala o que ela pensa e ela antecipa o que ele fala. Juntos podem tudo e desafiam o mundo permanentemente. E de tanto provocarem despertam a preocupação de colegas, pais e professores que decidem afastar o casal.
A força do filme acontece de fato a partir dessa separação. Longe um do outro e obrigados a conviver com os demais, Pig e Runt traçam caminhos muito distintos que trarão problemas na hora do reencontro. Mas não, esse não é um daqueles filmes água com açúcar onde tudo é dito. Pelo contrário. As coisas aqui precisam ser percebidas. E tenho certeza que cada um terá uma visão bem diferente desse anti-herói e da sua princesa.
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Título original: Disco Pigs
Lançamento: 2000 (EUA)
Direção: Kirsten Sheridan
Elenco: Elaine Cassidy, Cillian Murphy, Brian O’Byrne e Tara Lynne O’NeillDuração: 94 min.
Gênero: Drama
Tata, pior é que a sua teoria faz sentido sim… mas ainda tenho dúvida se desafiam ou se fecham… que tal uma nova sessão? Afinal você viu nada menos que três vezes na última semana. Rs.
Didi! Mais uma vez, é fera assistir filmes e compartilhar idéias contigo!
O filme – adaptado de uma peça de teatro – tem todo um fluxo de diálogos que intriga. A didática que nada conheço de uma dramaturgia irlandesa e a estranheza com o sotaque dificultam uma conclusão certa do que o filme me transmite.
Ainda, acho o contrário, eles nada desafiam. Se fecham neles. Ele por ciúmes, ela por falta de escolha. Sem controle, a distância da realidade faz toda a sequência parecer agressiva. Na verdade medo é o que define Pig (Cillian Murphy), que tem o cordeiro e o lobo dentro de um só. E a violência quase sempre é sinônimo de repressão sexual, entende? Nada desafiam. Ele nada desafia, porque nunca recebe resposta pelas agressões.
O filme, ainda, me passa a sensação de dama e cavaleiro medieval. A intocada e o protetor de sua virgindade. E é assim que Runt (Elaine Cassidy) se sente e se porta, pois é assim que é tratada.
Bom, como não quero soltar spoilers, digo que vale a pena assistir! Por um pouco de absorção de cultura – no caso a irlandesa que estamos respirando aqui, sendo que o filme se passa em Cork, cidade do sul da Irlanda – e por um pouco de destinos traçados na maternidade nem um pouco convencionais!
Beijo, Di! Mete bronca você também!
Achei ótima ideia, Diana. Filmes novos, pelo menos por aqui. Interessante este. Vou atrás.
Escreva logo sobre os outros!!!!rs