Django Livre
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Depois de muitos meses consegui assistir a Django Livre. Já não é lançamento, também não é novidade que quase todo mundo gostou. Demorei tanto porque, especialmente, resolvi ver antes Django, o western spaghetti de 1966 usado como base por Quentin Tarantino para o mais recente. E não é que tem pouco a ver? E é ótimo!
Está certo que o estilo faroeste está lá, que Django é o protagonista (mais ou menos) e que o longa da década de 1960 tinha até umas cenas fortes para a época. Sim, claro, Franco Nero, o ator que viveu Django no filme original, tem uma ponta em Django Livre, como um apostador em lutas livres (na esteira do sucesso, ele anunciou que trará de volta a saga do Django original, com o título provisório de Django Lives). Mas o filme de Tarantino para por aí com as “coincidências”, e é bem melhor.
Django Livre rendeu dois Oscar (Roteiro Original e Ator Coadjuvante), além de US$ 423 milhões em bilheterias. É o longa de maior orçamento na carreira de Tarantino, com US$ 100 milhões, quase 13 vezes mais que Pulp Fiction – Tempo de Violência. Parece que é a coroação do estilo Tarantino, que consegue juntar elenco de qualidade em uma história cheia de reviravoltas, de paradas e acelerações, de muito sangue e tiros.
A primeira hora do filme é um verdadeiro show de Christoph Waltz (de Bastardos Inglórios, Deus da Carnificina, Água para Elefantes e Os Três Mosqueteiros). Não à toa recebeu o Oscar de Ator Coadjuvante. Injusto, pois ele põe o personagem principal no bolso. Seu meio dentista e meio caçador de recompensas King Schultz tem mais destaque que o tal Django, um escravo libertado por ele. Os dois se juntam em uma caçada de recompensas, até que Django liberte sua amada, escrava.
Não que Jamie Foxx esteja mal no papel de Django. Mas é que Waltz é incrível! Outro que está muito bem é Leonardo DiCaprio. Está no nível de Waltz. Ele é o fazendeiro que mantém a amada de Django escravizada.
Ainda há a competência habitual de Samuel L. Jackson, como o negro que maltrata os negros escravizados. É o braço direito do personagem de DiPacrio. O elenco é tão estrelado e redondo que se dá ao luxo de participações especiais, como uma de Jonah Hill, um racista caçador de negros. Aliás, a cena que satiriza a Ku Klux Klan é hilária!
Mas mesmo com todas essas atuações de primeira, o roteiro de Tarantino, e isso pode ser redundante, é o principal. Cada cena se encaixa. Cada passagem tem um motivo. Cada recado é dado. E, que ótimo, com fortes emoções, com o espectador vidrado em cada cena! Ele não é só o gatilho mais rápido do sul, como o seu Django. É também do oeste.
Django Livre / Django Unchained
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Jonah Hill, Don Johnson e Walton Goggins
Duração: 124 min.
Gênero: Faroeste
Ano: 2013
O filme é tão tarantinesco que o sangue que escorre pela mão do DiCaprio quando ele se machuca é real!
Sem contar a trilha sonora, cujas músicas foram, mais uma vez, escolhidas cuidadosamente por Quentin…
Parafraseando a fala do "Leo" no próprio filme, digo que, quando soube sobre o lançamento, Django Livre tinha minha curiosidade. Quando fui ao cinema vê-lo, teve minha (total) atenção.