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Denis Villeneuve é um cineasta honesto. Em sua nova empreitada, Duna, o diretor e roteirista já coloca um subtítulo logo na abertura: Parte 1. É assim, sabendo que não haverá definição, que o espectador entra na intrincada história criada pelo escritor Frank Herbert, que pela segunda vez chega ao cinema.

Denis é também um cineasta com um currículo invejável. Blade Runner 2049, A Chegada, Os Suspeitos e Incêndios são alguns de seus filmes. Difícil apontar um que seja mediano. Eu não consigo.

Denis sabe o que tem em mãos. O épico é das principais obras de ficção científica da história. E o diretor, já se nota pelo currículo, conhece muito do gênero.

Com um elenco do primeiro escalão de Hollywood, Denis traz a saga vivida no ano 10.191. Os membros do clã Atreides passam a tomar conta de Arrakis, um planeta explorado por sua riqueza de Melange, a substância mais necessária no universo. Os antigos exploradores, os Harkonnen, iniciam um ataque aos Atreides. É quando Paul Atreide, um jovem tido como o messias, o iluminado, precisa agir, mesmo ainda duvidando ser este indivíduo diferente.

Timothée Chalamet interpreta Paul Atreides. Rebecca Ferguson é sua mãe, Jessica, concubina de Leto, o pai (Oscar Isaac). Jason Momoa (sem barba!) é Duncan Idaho, um guerreiro a serviço dos Atreides. Josh Brolin interpreta o “braço direito” de Leto. Do outro lado, Stellan Skarsgård é o líder dos Harkonnen, secundado pelo personagem de Dave Bautista, Rabban Harkonen.

Ainda há Javier Barden como Stilgar e Zendaya como Chani. Ambos personagens são de um terceiro clã, os Fremen, povo nativo do planeta Arrakis. Aparecem não mais que dez minutos, mas prometem para a sequência.

Denis Villeneuve já declarou que quer lançar também um filme sobre o livro Messias de Duna, uma espécie de spin-off focado em Paul.

Duna é talvez o mais esperado lançamento do último ano no cinema. Sua estrutura técnica é impecável. E o filme é redondinho. O diretor consegue simplificar, sem necessidade de didatismo, uma história para lá de complicada. As interpretações entregam o que um longa de aventura precisa.

O que se vê em tela é uma disputa por poder que lembra Star Wars, que, dizem, foi inspirado na saga Duna dos livros. É verdade que peca no ritmo, por vezes contemplativo demais (uma característica comum nas obras de Denis Villeneuve), mas nada que atrapalhe muito.

Em 1984, David Lynch trouxe Duna ao cinema. Não foi bem recebido pela crítica e pelos fãs. Mas preciso assistir, já sabendo ser difícil superar a nova versão.

O Duna de 2022 é um filme que busca tornar-se um clássico cinematográfico. Começou bem.

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Duna / Dune
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:

Elenco: Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Rebecca Ferguson, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Javier Barden, Zendaya, Jason Momoa e Josh Brolin

Ano: 2022

Direção: Denis Villeneuve

Roteiro: Jon Spaihts e Denis Villeneuve (baseado na obra de Frank Herbert)

Gênero: Aventura

Duração: 156 min.