Dunkirk
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A cidade de Dunkirk, ou Dunquerque em português, fica no norte da França e foi marcada na Segunda Guerra Mundial por uma evacuação de 300 mil soldados (300 mil!) em 1940. É esse fato que o filme de Christopher Nolan aborda. O diretor tem sido elogiadíssimo em Hollywood, especialmente pelo que fez com Batman, sendo comparado até a Stanley Kubrick. Por outro lado, também é criticado, por quem acha que há uma supervalorização de seu trabalho. Dunkirk dá oportunidades para os dois lados.
O filme é grandioso nas imagens, pela amplitude das praias, mares e céu, mas é ao mesmo tempo intimista, com dramas humanos, silêncios e falta de pressa. Não há protagonista. São três histórias contadas ao mesmo tempo, e só no fim elas se cruzam. E isso deve levar muitos a adorar a obra, com alguma justiça.
Há alguns pecados no longa. O primeiro é não ambientar a evacuação à Segunda Grande Guerra. Aliás, o conflito não é nem citado. Mostra-se uma batalha de ingleses e franceses contra “os inimigos” – sem nem saber que são alemães. Outra falha é uma ode à Inglaterra: segundo historiadores, franceses e ingleses trabalharam juntos no recuo rumo à casa dos britânicos. Mas o longa tem só um francês entre os milhares de súditos da rainha que aparecem. E o personagem do Comandante Bolton (Kenneth Branagh, muito bem) dá a entender que os colegas franceses foram salvos graças à boa vontade do vizinho europeu.
Tem mais: mulheres, só três aparecem, relegadas a personagens terciários. E, por fim, as três histórias têm cronologias diferentes, o que confunde o espectador.
Além de Branagh, só há Tom Hardy de nome famoso. Mas ganha um doce quem descobrir seu personagem antes da sequência final).
É um filme bom, preciso deixar claro. Mas as falhas o tornam menor do que poderia ser.
Dunkirk
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Mark Rylance, Tom Hardy, Harry Styles, Aneurin Barnard e Barry Keoghan
Duração: 107 min.
Ano: 2017
Gênero: Guerra