Eu, Mamãe e Os Meninos
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Criado pela mãe como se fosse menina e pelos pai e irmãos como gay, Guillaume chega à idade adulta confuso. Ele só quer agradar à mãe, mas em certo momento tem de mostrar que gosta de mulheres – e que não é gay. O roteiro de Eu, Mamãe e Os Meninos é propositalmente o inverso do que se vê ou lê, e acerta em cheio na crítica aos tormentos da sociedade pela orientação sexual.
Ganhador de cinco César, o principal prêmio francês, inclusive melhor filme e melhor ator, o longa é um relato autobiográfico original e corajoso do ator, diretor e roteirista Guillaume Gallienne. Comédia, gera gargalhadas, mas facilmente poderia ser um drama. Afinal, não é fácil sentar-se à mesa para uma refeição e ouvir a mãe chamar: “meninos e Guillaume, venham comer”.
Segundo entrevistas de Gallienne — que além de autor da peça original, diretor, roteirista e protagonista, interpreta a mãe do personagem principal -, sim, é tudo verdade. Ele foi apaixonado pela mãe, mulher temperamental e desenganada quanto à masculinidade do filho. Ele adorava se vestir de Sissi. Ele teve dúvidas quanto à sua sexualidade. E ele chegou ao sucesso.
O percurso do personagem atravessa distintos cenários — França, Espanha, Inglaterra e Alemanha —, de escolas e internatos a concursos de dança. A Bavária tem cenas ótimas.
O toque final é a trilha sonora, com Supertramp e Queen, contribuindo para o clima surreal, desta história real
Eu, Mamãe e Os Meninos / Les garçons et Guillaume, à table!
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Duração: 85 min.
Direção: Guillaume Gallienne
Roteiro: Guillaume Gallienne
Ano: 2013
Elenco: Guillaume Gallienne, André Marcon e Diane Kruger