Gonzaga – De Pai para Filho
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O cineasta Breno Silveira “estourou” com o sucesso de 2 Filhos de Francisco, a história da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano (quem não assistiu, largue o preconceito, pois vale). Apesar da bilheteria monumental, ele estava decidido a não mais dirigir uma biografia no cinema. Foi convencido pela produtora Eliana Soares. Que bom, para ele, para ela e para nós, espectadores. Ganhamos Gonzaga – De Pai para Filho.
Mesmo sendo um filme de ficção, o roteiro de Silveira e Patricia Andrade narra com detalhes passagens de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e seu filho Gonzaguinha, talento da Música Popular Brasileira dos anos 1970 e 1980. O enredo traz toda a trajetória de Gonzagão, baseando-se em em uma audição de uma pilha de fitas cassete gravadas por Gonzaguinha, que registraram as conversas de pai e filho, em uma espécie de acerto de contas com o passado.
Sim, porque Gonzaga e seu filho quase nunca se deram bem. Aliás, pior, quase sempre se deram mal. Pelo menos até este acerto de contas gravado em fitas. Aos poucos a história do músico mais novo toma espaço na tela e o filme passa a ser da dupla, não somente do pai.
Há três acertos facilmente visíveis no filme: o elenco, a utilização das músicas como parte da trama e as imagens reais. Os dois cantores são vividos, cada um, por três atores. E não há confusão. Destaque para Nivaldo Expedito de Carvalho, o Chambinho do Acordeon, músico que, lapidado pela produção, dá um show de interpretação. Ele é cativante com seu sorriso sempre largo (desta forma, conta a produção, ele ganhou o papel). E é muito parecido com Gonzaga.
Na fase mais velha do Rei do Baião, Adélio Lima é outro que manda bem. E como Gonzaguinha o destaque é Júlio de Andrade, que vive o cantor no auge da popularidade. É praticamente idêntico ao original, algo de assustar! E, claro, competente também.
Não assistir a Gonzaga – De Pai pra Filho é tapar os ouvidos para a música brasileira. Gonzaga e Gonzaguinha precisam ser conhecidos. As músicas ganham o espectador. E as imagens reais ampliam o impacto de algumas cenas emocionantes, como o encontro de pai e filho no palco.
Tecnicamente o filme também é muito bom. O som, ponto fraco do cinema nacional, é ótimo. A edição é bem amarrada. A fotografia, linda. E a direção comanda com categoria.
Eita filme arretado!
Gonzaga – De Pai para Filho
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Breno Silveira
Roteiro: Breno Silveira e Patrícia Andrade
Produção: Eliana Soares e Breno Silveira
Elenco: Nivaldo Expedito de Carvalho, Júlio Andrade, Nanda Costa, Adélio Lima, Silvia Buarque, Claudio Jaborandy e Domingos Montagner
Ano: 2012
Duração: 120 min.
Gênero: Drama