Luz de Inverno / Os Comungantes
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Estou enchendo este blog de filmes de Ingmar Bergman. Não sou seu maior fã, longe disso, mas não há como negar sua importância para o cinema. Luz de Inverno é o nono a entrar aqui (lista com os outros oito está no fim do texto). É um belo filme, nada fácil, mas ainda assim bom.
É o segundo filme da chamada “Trilogia do Silêncio” de Bergman. Porém, tempos depois ele passou a negar que Através de um Espelho”, este e O Silêncio formassem uma trilogia sobre o “silêncio de Deus”. Ele disse que só afirmou haver a trilogia porque era moda à época.
Como ainda não assisti aos outros dois, não posso opinar. Mas Luz de Inverno é claramente sobre esse “silêncio de Deus”. O filme é construído em três grandes cenas, girando em torno de um pastor que, após a morte de sua esposa, passa a negar Deus, inclusive para um fiel que o procura para questionar sobre religião.
A primeira grande cena é a mais difícil de encarar, pois é demorada e abre o filme. Mas é preciso insistir, pois depois a obra esquenta. Vem a segunda sequência, com o pastor, de forma crua, dizendo que não suporta mais a mulher que o ama. Insista novamente!
O terceiro ato, que faz valer o filme, acontece na sacristia de outra igreja. A reflexão de um sacristão sobre o sofrimento de Jesus Cristo, mais psicológico do que físico, compensa toda a “contemplação” do filme, característica de Bergman. Teria Cristo sofrido menos ao ser torturado, porque tudo teria durado quatro horas, e mais psicologicamente, por se sentir abandonado por todos e até mesmo por seu Pai?
De 1963, o longa tem uma característica interessante. Confronta a religião, mas começa e termina com atos litúrgicos.
É também encontrado no Brasil com o nome “Os Comungantes”, acredito que devido à cena inicial.
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Luz de Inverno / Nattvardsgästerna
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 1963
Duração: 81 min.
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Elenco: Max von Sydow, Ingrid Thulin, Allan Edwall, Elsa Ebbesen e Gunnel Lindblom
