Quem não conhece Maud Lewis tem a oportunidade de ser apresentado a sua bela história de vida neste filme canadense. Do início da vida adulta, quando foi renegada pela família e sofreu um golpe financeiro do irmão, até sua morte, Maud foi uma artista, na superação das dificuldades… e no sentido literal mesmo.

Com o dia a dia penalizado por uma artrite reumatoide, que causa inflamações e deformações nas articulações do corpo, Maud foi deixada pelo irmão na casa de uma tia. O que de início parece uma atitude natural mostra-se um golpe, quando ela fica sem direito à casa deixada como herança pelos pais.

Com a tia, Maud poderia viver até o fim da vida como uma espécie de empregada doméstica. Mas não. A doença dificulta sua vida, mas não a impede de viver. Ela arruma emprego com um peixeiro no subúrbio da pequena cidade onde vive.

Rabugento é um adjetivo fraco para Everett Lewis, o peixeiro. Ele a trata como lixo, chega a bater nela. Mas Maud tem um objetivo maior: sobreviver e, quem sabe um dia, viver.

Na casa onde os dois habitam nasce a expressão maior da artista. E o dia a dia dela floresce com os jardins pintados em cada espaço permitido por Everett.

A vida de Maud é um drama, e o filme segue esta linha. Mas ela jamais se abate. Quando Sandra, uma boa alma, aparece, Maud se agarra à única chance que pode ter para ser feliz.

Sally Hawkins, de A Forma da Água, tem uma atuação digna de Oscar na pele de Maud. Ethan Hawke é o peixeiro Everett, correto. A direção é da irlandesa Aisling Walsh. E é curioso como a ambientação no interior do Canadá tem a cara da Irlanda.

É verdade que o longa peca ao pouco explicar sobre a doença de Maud e sua vida pré-abandono do irmão. E há momentos de lentidão que cansam um tanto. Mas é, na essência, um belo filme com uma história incrível.

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Maud

CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO

Ficha técnica:

Ano: 2017

Duração: 115 min.

Elenco: Sally Hawkins, Ethan Hawke, Kari Matchett e Gabrielle Rose

Gênero: Drama

Direção: Aisling Walsh